No dia 11 de outubro de 1989, Roni Peterson Figueiredo, então com 8 anos, ajudava a escrever um capítulo importante da história do Hospital Pequeno Príncipe: o início da realização de transplantes. Roni foi o primeiro paciente transplantado na instituição. Depois de mais de cinco anos em tratamento renal conservador e oito meses em hemodiálise, ele recebeu um rim novo. A doadora foi a sua mãe.
Roni hoje está com 38 anos e é motorista socorrista do SAMU em Cordeirópolis, interior de São Paulo. É casado com Alexandra Figueiredo há 14 anos e tem um filho, o Gustavo.
“Por ter ficado muito tempo internado, sempre tive vontade de ajudar outras pessoas. Passei no concurso, fiz muitos treinamentos. O motorista socorrista participa ativamente dos salvamentos e isso me realiza”, conta, orgulhoso.
Roni começou a ter problemas de saúde antes de completar um ano de idade, mas os médicos da região onde morava, no interior do Paraná, não conseguiam descobrir a causa que fazia o menino urinar sangue. Foi somente por volta dos 3 anos e meio que ele foi transferido para o Pequeno Príncipe. A essa altura, não foi possível salvar um dos rins, que precisou ser retirado cirurgicamente. Com um rim apenas, Roni seguiu em tratamento conservador até os 8 anos, quando precisou, então, iniciar a hemodiálise duas vezes na semana. “Nesse período, eu fiquei morando no Hospital. Minha mãe não conseguia vir me ver sempre, porque morávamos longe”, lembra Roni. O convívio prolongado com a equipe de atendimento transformou o Hospital numa espécie de segunda casa para ele. “A tia Romilda (enfermeira do Hospital), com autorização dos meus pais, me levava para a casa dela nos fins de semana e me deu muito amor e carinho. Até hoje temos amizade. São laços que ficam para sempre”, ressalta.
O transplante foi feito pela equipe do cirurgião pediátrico Antonio Ernesto da Silveira. Hoje, o Serviço de Transplante de Rim do Pequeno Príncipe acumula 366 transplantes realizados.
Nova chance
Treze anos após o transplante, Roni teve rejeição ao rim transplantado e o Pequeno Príncipe entrou na sua vida novamente. Foram mais dois anos de hemodiálise. “No dia 13 de março de 2004, mais precisamente às 8 horas, a tão querida doutora Evelise ligou para mim e disse: ‘Bom dia, Roni. Tenho uma boa notícia. Tem um rinzinho para você. Você quer tentar?’ Nem pensei e respondi logo: ‘já estou indo’”, diz.
Já se passaram 15 anos desse segundo transplante e Roni segue uma vida absolutamente normal. “O que eu tenho a dizer para as pessoas é que a doação de órgãos é uma decisão muito difícil, mas que pode prolongar a vida de outras pessoas. Eu tenho a oportunidade de levar uma vida normal graças a essa difícil decisão de uma família que doou um rim para mim e à equipe do Pequeno Príncipe, que me transplantou duas vezes”, lembra, emocionado.
Serviço de Nefrologia do Hospital Pequeno Príncipe
O Serviço de Nefrologia do Pequeno Príncipe existe há 34 anos e é o único exclusivamente pediátrico do Paraná a oferecer desde o atendimento clínico até a realização de transplantes, diálise e hemodiálise. Além de promover saúde com excelência técnico-científica e humanização em mais de 30 especialidades médicas, o Hospital também é um mobilizador social e realiza campanhas de conscientização e disseminação do conhecimento. Clique aqui e assista ao vídeo da campanha do Dia Mundial do Rim 2019.
Transplantes no Pequeno Príncipe
Além dos transplantes de rim, o Pequeno Príncipe faz transplantes de coração, válvulas cardíacas, medula óssea e tecido ósseo. Em 2018, foram 251 transplantes realizados, assim distribuídos:
Modernização torna o serviço ainda mais completo, ampliando a relação de exames oferecidos à comunidade
Pesquisa já beneficia pacientes atendidos no Centro de Imagem do Hospital Pequeno Príncipe
Pequeno Príncipe é o único hospital pediátrico do Brasil credenciado para fazer o procedimento pelo SUS
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