Cirurgião Rodrigo Vianna realiza transplante hepático no Pequeno Príncipe

Médico com uma das maiores experiências mundiais em transplantes de fígado e multivisceral participou da cirurgia que marcou a retomada do serviço no Hospital

No dia 27 de janeiro, o Centro Cirúrgico do Hospital Pequeno Príncipe recebeu um convidado ilustre: o cirurgião Rodrigo Vianna, diretor do Miami Transplant Institute (MTI), nos Estados Unidos. Juntamente com a equipe do Hospital Pequeno Príncipe, o cirurgião realizou um transplante de fígado em um paciente de apenas 1 ano, retomando a oferta do procedimento na instituição.

Maior hospital de transplantes dos Estados Unidos, o Miami Transplant Institute bateu o recorde de transplantes de fígado realizados em apenas um ano: foram 747 em 2019. Vianna também é responsável por inovação nas técnicas cirúrgicas do transplante, proporcionando uma redução de 50% no tempo de realização da cirurgia.

“A cirurgia que fizemos no Pequeno Príncipe foi bem difícil, pois o menino estava bem doente. Mas estamos contentes com o resultado. Para mim, participar deste momento da instituição foi muito importante, pois sou curitibano, e o Hospital Pequeno Príncipe é um lugar que mora no meu coração. É muito gratificante estar ao lado de profissionais tão competentes, compartilhando novos conhecimentos”, declarou.

No Pequeno Príncipe, a estimativa é de que sejam feitos 10 transplantes ao longo de 2020. “Já temos sete pacientes com indicação para o transplante hepático”, informou a médica que integra a equipe de transplantes no Hospital, Giovana Camargo de Almeida.

Nos últimos anos, ela acompanhou a equipe do cirurgião Rodrigo Vianna, no MTI, além de participar de capacitações em outros centros norte-americanos para se aperfeiçoar. “Os pacientes brasileiros têm uma condição social nem sempre tão favorável, quando comparado aos norte-americanos. Por isso, precisamos fazer um trabalho bastante cuidadoso e amplo, para assegurar que no pós-operatório esse paciente tenha condições de se recuperar em um ambiente adequado, garantindo o sucesso do procedimento”, ressaltou.  

Assim como nos Estados Unidos, a equipe do Pequeno Príncipe criada para fazer os transplantes é multiprofissional e conta com cirurgiões, hepatologistas, anestesistas, intensivistas, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos e assistentes sociais. “São 22 profissionais envolvidos diretamente com os pacientes transplantados”, explicou.

O foco do serviço é o atendimento a crianças pequenas, os bebês com idade por volta de 1 ano, pois no Paraná nenhuma outra instituição está transplantando crianças nessa faixa etária. “Há serviços atendendo crianças maiores, mas as crianças desta idade estão desassistidas”, confirmou Giovana.

A história de Mathias

Logo na primeira ida ao pediatra, com 10 dias de vida, Mathias Fernandez Baião Wagner foi encaminhado para o Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, interior do Paraná. A cor amarelada do bebê revelava problemas no fígado, diagnóstico confirmado 30 dias depois no Hospital de Clínicas de Curitiba, quando passou por uma cirurgia na tentativa de corrigir o problema. O procedimento, no entanto, não trouxe o resultado esperado, e o bebê se tornou então candidato ao transplante de fígado.

O doador foi o pai, Vitor Fernando Wagner, de 19 anos, que, mesmo sabendo que a avó materna também era compatível, tomou a decisão de passar pelo procedimento. “É o papel do pai, a gente sempre quer ver o filho melhor e aí faz de tudo, o mais importante é ele”, disse.

No dia 27 de janeiro, ele entrou no centro cirúrgico da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, localizado a dois quilômetros do Pequeno Príncipe – que, por ser exclusivamente pediátrico, não pode realizar a retirada do órgão do doador. Uma hora depois, era a vez de Mathias entrar na sala de cirurgia do Pequeno Príncipe. Sete horas após o início, a equipe pôde dar a boa notícia à família: o procedimento transcorreu sem intercorrências.

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