Um estudo desenvolvido por uma das equipes do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe está avaliando bebês com idade entre zero e três meses que se encontram internados na Unidade de Terapia Intensiva da Cardiologia do Hospital Pequeno Príncipe para correção cirúrgica de malformações cardíacas congênitas. O objetivo é avaliar quadros de deficiência imunológica que podem estar associados com as malformações”, explica a médica e pesquisadora Carolina Prando, que lidera o estudo.
Segundo ela, “o diagnóstico específico de alterações cromossômicas em malformação cardíaca congênita permite uma abordagem mais ampla da situação de saúde dos bebês, principalmente na avaliação da qualidade da resposta imune, que pode ter impacto significativo nas medidas de controle de infecções no pós-operatório cardíaco”.
Ou seja, sabendo se a malformação é provocada por uma alteração cromossômica e descobrindo qual alteração é responsável pelo problema, os médicos conseguem traçar um plano de proteção da criança contra infecções no pós-operatório. Com isso, espera-se reduzir as complicações dos pequenos pacientes, diminuindo a incidência de infecções e salvando mais vidas.
Com o desenvolvimento do projeto de pesquisa, os pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) terão acesso a exames que hoje não estão disponíveis no rol do SUS. Aqueles que são internados por convênio nem sempre conseguem autorização para realizá-los. Tais exames serão feitos no Laboratório Genômico do Pequeno Príncipe, viabilizado também com recursos do Gala Pequeno Príncipe.
Outra grande vantagem é que os resultados dos exames serão avaliados por uma equipe de imunologistas envolvidos na pesquisa, em conjunto com os cardiologistas, que estão à frente da assistência. A integração entre assistência, ensino e pesquisa – tripé que forma o círculo virtuoso que alimenta o Complexo Pequeno Príncipe – amplia as possibilidades de tratamento e as chances de cura.
Incidência
A principal cromossomopatia relacionada com a malformação cardíaca é a síndrome da deleção 22q11, que atinge, em média, um em cada 4.000 bebês nascidos vivos. Em 75% dos casos dessa síndrome, os bebês apresentam cardiopatia congênita e em 77% dos casos apresentam alterações importantes no sistema imunológico.
O Serviço de Cirurgia Cardíaca do Pequeno Príncipe é referência para o tratamento de malformações cardíacas congênitas. Em 2018, por exemplo, foram realizadas 62 cirurgias em bebês com até 30 dias de vida e 214 em crianças com idades entre 31 dias e um ano, o que torna o serviço um dos maiores do Brasil.
Instituição conquistou o Nível 3 da ONA, a mais importante certificadora de serviços de saúde do Brasil
Nos últimos anos, iniciativas técnicas e de gestão contribuíram para melhorar ainda mais os indicadores do atendimento em Cardiologia
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