Nos últimos cinco anos, o atendimento em Cardiologia do Hospital Pequeno Príncipe (clínica, cirúrgica e Unidade de Terapia Intensiva) avançou significativamente em um dos seus principais indicadores. Apesar de já ter um índice de mortalidade bastante baixo, a Cardiologia conseguiu avançar ainda mais neste indicador, reduzindo quase 70% em 2018, se comparado com o índice de 2013. O número de óbitos, no mesmo período de comparação, caiu 62%. Os números traduzem, para a prática, o resultado de ações técnicas e de gestão que foram estruturadas e se consolidaram.
O tratamento da síndrome da hipoplasia do coração esquerdo é um exemplo de como esse avanço se deu. Esta cardiopatia congênita rara causa malformação no lado esquerdo do coração. E, até 2013, era praticamente fatal: já havia uma cirurgia, mas poucos bebês sobreviviam à UTI após o procedimento cirúrgico.
A sobrevida aumentou progressivamente entre 2013 e 2018 até alcançar 74% no biênio 2017-2018, colocando os resultados do Pequeno Príncipe entre os melhores do Brasil. O salto na melhoria dos indicadores deveu-se ao desenvolvimento e à aplicação de protocolos minuciosos para o pré-operatório, para a cirurgia e o pós-operatório. O estabelecimento das linhas de ação (linhas de cuidado) em cada um desses momentos críticos envolveu estudos intensos da literatura a respeito da cardiopatia e pesquisa de evidências sobre resultados efetivos de novas técnicas.
Assim, por exemplo, associou-se ao tratamento a indução de acúmulo de gás carbônico em índices pouco acima dos normais, o que facilita a passagem do sangue de um lado para o outro do coração. A técnica cirúrgica também foi customizada para cada diferente grupo de pacientes.
Para o médico Leonardo Mulinari, um dos cirurgiões cardíacos do Hospital, esta melhora ocorreu a partir de uma mudança de paradigma. “O foco do atendimento mudou da individualização para a utilização de linhas de cuidados, principalmente para as cardiopatias mais complexas. E foi justamente o aprimoramento da atenção nessas cardiopatias que melhorou os indicadores. Não foram novas técnicas cirúrgicas que foram aplicadas, mas sim a melhor aplicação das técnicas”, explica. Ele relata que, além da redução da mortalidade, também houve queda no número de complicações no pós-operatório e na ocorrência de infecções.
“Diversas áreas se empenharam para chegarmos a esses resultados, como a cardiologia clínica, a cirurgia cardiovascular, a anestesia e a equipe médica e de enfermagem da UTI. Sem essa interação, que permite uma visão global do paciente, não seria possível avançar”, considera.
Telemedicina
Outra iniciativa que trouxe contribuições foi o projeto de telemedicina desenvolvido na UTI Cardíaca de 2016 a 2018, em parceria com Children’s Hospital of Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA). Nas sessões, os profissionais do Pequeno Príncipe apresentavam os aspectos clínicos e assistenciais de casos complexos, discutindo dados de exames, sinais vitais e de imagem do paciente e, em conjunto com a equipe de Pittsburgh, concluíam qual a melhor conduta terapêutica a ser adotada.
Nesse período, foram realizadas cerca de 200 sessões de telemedicina. “Com essa troca de conhecimentos, atingimos uma curva interessante. Melhoramos o processo de atendimento e diminuímos a permanência dos pacientes em áreas de risco”, informa o coordenador da UTI da Cardiologia, Leonardo Cavadas.
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