Em 2023, Pequeno Príncipe atendeu 745 crianças e adolescentes vítimas de violência
Nas últimas duas décadas, de 2003 a 2023, foram atendidos mais de nove mil meninos e meninas; violência sexual predomina entre os atendimentos
Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, do governo federal, demonstram que o número de denúncias de casos de violência contra crianças e adolescentes registrado no Brasil em 2023 cresceu 50% quando comparado ao contabilizado no ano anterior. Foram mais de 228 mil ligações para o Disque 100, denunciando casos que envolveram crianças e adolescentes de 0 a 17 anos.
No Pequeno Príncipe, hospital que é referência para o atendimento a vítimas de violência em Curitiba e região metropolitana, 745 meninos e meninas foram atendidos em 2023 em consequência de violências sofridas, número 14% maior do que o registrado no ano anterior. O abuso sexual lidera esse triste ranking: 435 crianças e adolescentes foram atendidos por suspeita desse tipo de violência, sendo a mais jovem uma bebê de apenas 4 meses de vida.
A violência contra crianças e adolescentes tem algumas características comuns em qualquer região, país ou classe social em que aconteça. A residência é o local em que ela mais ocorre. E os algozes, na grande maioria das vezes, são pessoas do convívio e da confiança da vítima.
No Pequeno Príncipe, 73% das agressões atendidas em 2023 partiram de um familiar. Por isso, fomentar a denúncia é fundamental para dar chance de socorro a um menino ou menina em risco. E é justamente esse o objetivo da Campanha Pra Toda Vida – A Violência não Pode Marcar o Futuro das Crianças.
Desenvolvida pelo Hospital desde 2006, a campanha disponibiliza manuais e palestras educativas voltadas a profissionais de saúde e da educação para aprimorar a identificação dos principais sinais de violência; livros sobre autoproteção direcionados ao público infantojuvenil, ensinando às crianças o seu direito de pedir ajuda e receber proteção; e mobilização da comunidade por meio de vídeos, posts em redes sociais, imprensa e apoio de influenciadores digitais, orientando e sensibilizando sobre a importância da denúncia.
Nenhum Beijinho à Força
Neste ano, a campanha ganhou reforço por meio de um projeto viabilizado pela Lei Rouanet. A iniciativa traz ao Brasil, de forma gratuita, a tradução de um livro alemão que conta com duas histórias: Nenhum Beijinho à Força e Nenhum Carinho à Força. Com muita sensibilidade e poesia, a escritora Marion Mebes e a ilustradora Lydia Sandrock falam sobre o quanto é gostoso receber um beijo e um carinho quando queremos. Mas reforçam: é você quem decide se quer ou não! É seu direito escolher e dizer NÃO!
O livro, lançado no Hospital Pequeno Príncipe no dia 30 de abril, terá distribuição gratuita e dirigida. Para engajar o máximo de pessoas nessa causa, as histórias também ganharam versões digitais, que podem ser acessadas gratuitamente no hotsite da campanha, e versões em animação, disponíveis no canal do Hospital Pequeno Príncipe no YouTube, por meio do link https://bityli.cc/toA.
Assista aos vídeos ou leia o livro com uma criança, fique atento aos sinais e denuncie qualquer suspeita de violência. Respeito sim. Violência não!
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