Instituto de Pesquisa contribui com projeto da OMS

O estudo, apoiado pelo Gala Pequeno Príncipe, busca estabelecer níveis de referência no uso da radiação em exames, para serem adotados em hospitais da América Latina e Caribe

O Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, por meio da equipe liderada pelo cientista Hugo Reuters Schelin, foi convidado a integrar o projeto de “Otimização da Proteção Radiológica Intervencionista Pediátrica na América Latina e no Caribe (OPRIPALC)”, coordenada conjuntamente pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS), em cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O grande objetivo do projeto é estabelecer níveis de referência de diagnóstico de radiação durante a realização de procedimentos cardiológicos invasivos em crianças, como os cateterismos. O Pequeno Príncipe realiza um grande número desses exames por ano. Somente em 2021 foram cerca de 300. “Por ser exclusivamente pediátrico, o Pequeno Príncipe tem uma grande experiência nesse tipo de procedimento, diferente de muitos outros hospitais que atendem também adultos. Em função dessa característica, temos muito a contribuir com essa iniciativa. Somos uma referência”, explica o cientista.

A necessidade de estabelecer níveis de referência na radiação durante a realização dos exames pediátricos se justifica em função do fato de a criança ter uma radiossensibilidade diferente em seus órgãos, quando comparada aos adultos. “O corpo da criança está em desenvolvimento e ela ainda tem muito tempo de vida para correr o risco de desenvolver um câncer como consequência das altas doses de radiação que recebe”, contextualiza Schelin. Outra finalidade do projeto é promover a segurança dos profissionais que realizam tais procedimentos.

O Hospital Pequeno Príncipe tem uma grande estrutura de exames de imagem que utilizam radiação, por isso está sempre desenvolvendo ações que buscam a proteção das crianças e dos profissionais. Para isso, conta com um físico médico que se dedica exclusivamente ao cuidado desses equipamentos, para garantir a melhor qualidade dos exames com a menor dose de radiação possível.

A equipe do Instituto de Pesquisa desenvolve estudos que visam a otimizar as doses de radiação desde 2010. O projeto específico que investiga a radiação durante os exames cardiológicos começou em 2019. “Essa pesquisa conta com a participação de alunos da pós-graduação realizada em parceria entre o Instituto de Pesquisa e a Faculdades Pequeno Príncipe, e beneficia diretamente as crianças e os adolescentes atendidos no Hospital”, informa o pesquisador.

Na conclusão do projeto, pretende-se produzir um documento de consenso regional que forneça orientações para melhorar a otimização da proteção e segurança para práticas de intervenção pediátrica na América Latina e Caribe.

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