Pequeno Príncipe na luta contra a violência infantojuvenil

No Brasil, a cada seis minutos acontece um caso de violência contra uma criança ou um adolescente. Contribuir para mudar essa triste realidade faz parte da atuação do Hospital Pequeno Príncipe, que desde a sua criação atende pacientes vítimas das mais variadas formas de violência. A instituição é um centro de referência para esses meninos e meninas. Além de oferecer atendimento médico e psicológico, acolhimento e proteção, o Hospital mobiliza a sociedade desde a década de 1970 para uma postura protetiva, por meio de campanhas que ajudam a fazer o diagnóstico precoce, orientam sobre a importância da denúncia e empoderam as crianças e os adolescentes sobre o seu direito de dizer não às violências.

A Campanha Pra Toda Vida – A violência não pode marcar o futuro das crianças e adolescentes, iniciada em 2006, desenvolveu materiais que orientam profissionais da saúde e da educação para a identificação precoce dos casos. As cartilhas divulgam os protocolos de atendimento e denúncia. Estimula também os cidadãos(vizinhos, amigos, parentes) a denunciar a suspeita dos maus tratos e encoraja crianças e adolescentes a pedirem ajuda.

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Tristes estatísticas: o agressor é quem deveria proteger

Só em 2017 chegaram para atendimento no Pequeno Príncipe 607 crianças e adolescentes por suspeita de violência. A maioria delas, 317, relacionada a abuso sexual. A própria casa dos meninos e meninas é apontada como o local em que mais acontecem esses abusos, maus-tratos e negligências. Ou seja, quem deveria cuidar e proteger é quem pratica os abusos.

“Muitas vezes o agressor é quem deveria cuidar dessas crianças. São pessoas conhecidas dela e da família. Por isso todas as pessoas, como professores, cuidadores, vizinhos, por exemplo, são responsáveis por zelar e denunciar qualquer suspeita”, ressalta a psicóloga responsável pelos atendimentos no Hospital, Daniela Prestes. Como muitos meninos e meninas não sabem se comunicar verbalmente pela pouca idade, é de extrema importância que as pessoas próximas percebam mudanças de comportamento, marcas pelo corpo ou indícios de que eles estejam sofrendo algum tipo de agressão. “Muita gente acha que os pais são ‘donos’ da criança. Mas isso não é verdade. É responsabilidade de toda a sociedade proteger estas crianças e adolescentes”, completa a psicóloga.

2017: das 607 crianças atendidas no Pequeno Príncipe:

  • 66,4% eram meninas;
  • 30% até dois anos de idade;
  • 52,2% eram de agressão sexual;
  • 28,3% eram de negligência;
  • 13,3% eram de violência física;
  • 28,8% não era a primeira vez que o paciente sofria violência; e
  • 142 crianças precisaram de internamento hospitalar;
  • 72% dos maus tratos praticados por familiar

Confira o vídeo abaixo:

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