Doenças raras também exigem transplante de medula óssea

Um dos diferenciais do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital Pequeno Príncipe é a especialização no atendimento a crianças portadoras de doenças raras. Dos primeiros 100 transplantes realizados, cerca de 50% foram a pacientes portadores de alguma doença genética rara. “O fato do Pequeno Príncipe ser um hospital pediátrico que atende mais de 30 especialidades de saúde o faz ter uma variada equipe de especialistas, que dão todo o suporte necessário para o atendimento desses pacientes”, explica o chefe do Serviço, Eurípides Ferreira, que foi responsável pelos primeiros transplantes de medula óssea realizados no Brasil, no final da década de 1970.

O Serviço de Transplante de Medula Óssea do Pequeno Príncipe foi criado em 2011. Inicialmente, disponibilizava três leitos e fazia apenas transplantes autólogos, técnica que utiliza células tronco do próprio paciente. Em 2014, foram iniciados os transplantes alogênicos, que utilizam células de doadores, e em 2016 a unidade foi ampliada, passando a ter dez leitos.

“Normalmente as pessoas associam a necessidade do transplante a enfermidades como leucemia ou outros tipos de câncer, mas existem muitas doenças raras que também exigem o transplante de medula óssea. Apesar de serem chamadas de não malignas, são patologias que têm no transplante uma condição fundamental para que a criança continue vivendo”, explica Ferreira.

A sobrevida global dos pacientes do Serviço de TMO do Pequeno Príncipe é de 89% e se equipara aos índices dos melhores centros mundiais de transplante. “Se considerarmos apenas as doenças não malignas, o índice de sobrevida sobe para 96%”, explica. Já no caso das doenças malignas (cânceres), o índice é de 84%.

De todos os transplantes feitos até agora, 78% são alogênicos, ou seja, utilizaram células doadas por outras pessoas. Em 55% dos casos, o doador foi um irmão, mas já houve casos de doadores de outros Estados e até mesmo de outros países, como a Alemanha. Nestes casos, a captação da medula é feita via Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), órgão ligado ao Ministério da Saúde, que centraliza dados de todos os doadores brasileiros e os integra aos bancos de dados de outros países.

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