Pequeno Príncipe garante direito de acompanhamento em UTI, mesmo em casos de COVID-19

Hospital – que tem a humanização como uma de suas diretrizes – adotou novos protocolos e fluxos para garantir a segurança de todos

Gabriel Oliveira nasceu com uma malformação cardíaca e antes de completar três meses de vida precisou passar por uma cirurgia. Não bastasse esse grande susto para a família, ao chegar no Hospital Pequeno Príncipe para realizar o procedimento, os médicos descobriram que Gabriel estava infectado pelo coronavírus (SARS-CoV-2). A necessidade de correção no coração, no entanto, era urgente e Gabriel não podia esperar. O bebê passou pela cirurgia ao mesmo tempo em que lutava contra o coronavírus.

Foram 15 dias de internação na UTI para vencer a COVID-19 e também se recuperar da cirurgia. Durante todo o período, Gabriel pode contar com a presença e o carinho da sua mãe. “Eu fiquei muito mais tranquila podendo estar ao lado dele”, conta Vitória Fátima de Oliveira.

Passar por uma internação acompanhado de uma pessoa da família, preservando, assim, os vínculos afetivos e a saúde emocional da criança e do adolescente, é um direito garantido no Pequeno Príncipe antes mesmo de se tornar lei, com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990. Na pandemia, no entanto, as autoridades de saúde entenderam que seria mais seguro suspender o acompanhamento nas internações, reduzindo, assim, os riscos de contaminação do próprio acompanhante bem como dos profissionais da saúde e dos demais pacientes.  

“Como uma instituição que tem a humanização como uma de suas diretrizes, nós decidimos continuar garantindo esse direito, mesmo para os pacientes confirmados com COVID-19. Revisamos os nossos fluxos e protocolos para que as crianças possam continuar acompanhadas”, explica o diretor técnico do Hospital, Donizetti Dimer Giamberardino Filho.

Para manter a segurança de todos, o acompanhante precisa seguir regras, como usar uma roupa específica dentro da UTI, além de avental de proteção e máscara; utilizar álcool glicerinado a 70% frequentemente em diferentes momentos; fazer as refeições em local indicado; e utilizar um banheiro exclusivo para acompanhantes de pacientes com COVID-19. Além disso, os acompanhantes devem manter-se isolados na UTI e aqueles que apresentam sintomas ou resultado positivo para a doença precisam ser substituídos.   

30 anos do ECA
O Estatuto da Criança e do Adolescente completou 30 anos no último dia 13 de julho. Este documento garante uma série de direitos e deveres a crianças e adolescentes.  O Hospital Pequeno Príncipe foi precursor de iniciativas que se tornaram políticas públicas com a promulgação do ECA, como o direito a um acompanhante e o direito à educação durante a hospitalização.

O Pequeno Príncipe assegura os seguintes direitos fundamentais:
Direito à educação:  por meio do Setor de Educação e Cultura (Educ);
Direito à cultura e lazer: atividades lúdicas do Voluntariado e eventos culturais do Educ;
Direito à convivência familiar e comunitária:  Programa Família Participante – pioneiro, garante a presença continuada de um familiar acompanhante durante o período de internação; e
Direito à liberdade, respeito e dignidade:  Casa de Apoio, permitindo o tratamento para famílias sem condições de pagar estadia em Curitiba; atendimento ao óbito; benefícios sociais para famílias; programa de atenção à Primeira Infância, em consonância com o Marco Regulatório da Primeira Infância; Campanha Pra Toda a Vida, que conscientiza e orienta a comunidade sobre a violência contra crianças e adolescentes; e outras iniciativas, como cartilhas e campanhas em redes sociais com dicas de cuidado com a saúde das crianças.

Nessas três décadas do ECA, várias conquistas são observadas. Entre elas, o aumento da consciência sobre os direitos da infância e da adolescência; maior acesso às políticas públicas básicas, como saúde e educação; estrutura de proteção (conselhos tutelares em praticamente 100% dos municípios; unidades de acolhimento e socioeducativas; criação de redes de proteção às crianças vítimas de violência em vários estados; e os canais de denúncia federal, estadual e municipal), entre outras, como a própria evolução de dados e informações. No entanto, muito ainda precisa ser feito para garantir a aplicabilidade do Estatuto da Criança e do Adolescente na íntegra.

Veja mais

Pesquisa mundial sobre o coronavírus busca voluntários

Objetivo é compreender por que algumas pessoas desenvolvem quadros graves da doença mesmo sem ser do grupo de risco


Boletim COVID-19

Até as 10h do dia 31 de julho, o Hospital Pequeno Príncipe atendeu 380 casos suspeitos da doença, sendo que 56 deles foram confirmados


Outras edições