Pesquisadores apresentaram alguns dos estudos desenvolvidos para o enfrentamento da COVID-19
Os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe participaram, no início do mês de maio, da Marcha Virtual pela Ciência no Brasil, evento promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A manifestação teve por objetivo chamar a atenção de toda a sociedade para a importância dos trabalhos científicos no enfrentamento da pandemia do coronavírus (COVID-19), além de sensibilizar a população e as organizações governamentais e privadas para a necessidade dos investimentos voltados à pesquisa e à inovação.
O evento é realizado desde 2017 e, neste ano, em função da pandemia, ele foi virtual. Durante todo o dia, pesquisadores de diversas instituições participaram de lives no canal do YouTube da SBPC. “Nós participamos apresentando os projetos de pesquisa já em andamento na instituição e que tratam da questão da COVID-19, tema abordado neste ano”, explica a diretora de Medicina Translacional do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, Carolina Prando.
Além das apresentações ao vivo, a Marcha Virtual pela Ciência gerou um banco com mais de 200 vídeos de pesquisadores apresentando seus estudos, que pode ser consultado no canal da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência no YouTube. Clique aqui e confira.
“O evento tem um objetivo muito nobre que é chamar a atenção da sociedade para a necessidade de investimentos em pesquisa. No nosso país, infelizmente, os investimentos em pesquisa não têm sido priorizados e hoje, mais do que nunca, dependemos da ciência para encontrar uma saída para esta grande crise provocada pelo coronavírus”, ressalta a diretora executiva do Hospital Pequeno Príncipe, Ety Cristina Forte Carneiro.
Projetos do Pequeno Príncipe
Entre os estudos do Pequeno Príncipe que foram apresentados na Marcha Virtual pela Ciência está a pesquisa sobre a predisposição genética a infecções pelo novo coronavírus, que integra o projeto mundial “COVID Human Genetic Effort”. A iniciativa busca entender por que alguns pacientes que não são do grupo de risco desenvolvem formas graves de COVID-19.
Outra pesquisa vai avaliar as manifestações neurológicas e neurocognitivas em crianças e adolescentes com a doença atendidos pelo Serviço de Neurologia do Hospital. Uma terceira equipe investiga os efeitos da infecção COVID-19 a longo prazo no desenvolvimento de doenças inflamatórias crônicas, periféricas e degenerativas no sistema nervoso central.
Outro grupo de pesquisadores desenvolve um estudo clínico que propõem o uso de células-tronco no tratamento de crianças e adolescentes de 3 a 17 anos que apresentam quadro grave de COVID-19. Serão utilizadas células doadas de cordão umbilical de mães saudáveis, em conjunto com outros tratamentos que estão sendo estabelecidos mundialmente como padrão para a doença (medicamentos e suporte de ventilação mecânica).
Além do tratamento em si, este projeto contempla a implementação de um Centro de Processamento Celular (CPC), espaço onde as células que vierem dos cordões umbilicais serão processadas até que sejam transferidas para o participante do estudo por um acesso venoso. O CPC seguirá todas as orientações das legislações atuais para o cultivo e a utilização de células-tronco em humanos e servirá também para o desenvolvimento de outras pesquisas da instituição.
Investimentos em pesquisa
A pesquisa e a inovação sempre estiveram presentes no Pequeno Príncipe. Um exemplo é a criação do soro que salvou tantas vidas no final dos anos 1930, resultado de uma pesquisa iniciada pelo médico César Pernetta, em 1936, no então Hospital de Crianças (unidade que dá origem ao Hospital Pequeno Príncipe). Pernetta criou o soro para hidratação de crianças com diarreia, a maior causa de mortalidade infantil à época. A ideia se difundiu e, nos anos 1940, ficou nacionalmente conhecida como Soro Pernetta, usado em praticamente todos os serviços de saúde do Brasil. Um avanço em favor da vida que rapidamente extrapolou os muros do Hospital.
“Hoje, os projetos concentram-se nos avanços para diagnóstico e tratamento de doenças complexas que provocam alta mortalidade de crianças e adolescentes. E, mais urgentemente, nos projetos relacionados à COVID-19. Para que estas iniciativas sejam plenamente executadas, ainda precisamos de apoio financeiro. Por isso, deixamos novamente aqui o convite para que empresas e cidadãos se engajem e somem esforços conosco na luta contra o coronavírus”, enfatiza Ety.
Para saber mais informações sobre como apoiar as iniciativas do Complexo Pequeno Príncipe no enfrentamento da COVID-19, envie um e-mail para carolina.fossati@hpp.org.br e marcelle.silva@hpp.org.br.
Assista ao vídeo sobre a participação do Pequeno Príncipe na Marcha Virtual pela Ciência.
Até as 10h do dia 22 de maio, o Hospital Pequeno Príncipe atendeu 129 casos suspeitos da doença, sendo que nove deles foram confirmados
Estrutura construída com o apoio da sociedade está realizando exames em pacientes, colaboradores e agentes públicos