O paciente Matheus Felipe, de 14 anos, ficou apenas oito dias na fila por um novo coração
Matheus Felipe Pol Livramento tem 14 anos e, no dia 5 de junho, ganhou um novo coração em um transplante realizado no Hospital Pequeno Príncipe. Ao contrário das muitas histórias sobre transplantes, o adolescente aguardou apenas oito dias na fila para conseguir a doação. “Quando o telefone tocou e o médico me avisou que tinha surgido um coração para o meu filho, não acreditei, mal consegui respondê-lo. Por estarmos no meio de uma pandemia, eu achava que demoraria meses e até anos para essa doação acontecer”, conta a mãe, Helena Pol Vicente Livramento.
A gratidão marcou a jornada da família no caminho para o transplante. “No dia em que assinamos os papéis para incluí-lo na lista de espera, eu decidi doar sangue. Sempre quis doar, mas tinha medo. Quando vi meu filho precisando de uma doação, me enchi de coragem. Pensei que é muito fácil querer receber uma doação, mas nunca tinha feito a minha parte. Então, naquele dia, eu doei e quando cheguei em casa, o telefone tocou”, revela a mãe, emocionada.
Assim como a doação foi rápida, a recuperação de Matheus também está surpreendendo os médicos. Quatro dias após a cirurgia, o garoto já conseguiu sentar-se em uma poltrona e, 20 dias depois do transplante, ele recebeu alta.
A mãe de Matheus conta que até os 10 anos de idade dele a família desconhecia o seu quadro. “Ele passou mal durante um acampamento e naquele momento descobrimos que tinha arritmia. Esse quadro foi evoluindo. Tentamos outros procedimentos, como ablação e uma cirurgia para correção de válvula, mas não tivemos o resultado necessário e o transplante tornou-se a única alternativa”, afirma.
Encarar um transplante durante a pandemia do coronavírus (COVID-19) foi uma preocupação a mais para a família. “Tínhamos medo de uma contaminação dentro do Hospital, mas percebemos que toda a equipe está sendo extremamente cuidadosa. Qualquer profissional que tem contato com o Matheus se paramenta antes de entrar no quarto com roupas especiais. Todos estão sempre de máscara e usam muito álcool em gel. Eu, que fico como acompanhante dele, também estou tomando todos os cuidados para evitar a contaminação. Em casa, estamos redobrando os cuidados para garantir a saúde do Matheus”, enfatiza.
Serviço de Cardiologia do Pequeno Príncipe
O Serviço de Cardiologia do Pequeno Príncipe, criado há mais de seis décadas, recebe pacientes de todo o Brasil e é referência nacional em atendimentos a recém-nascidos com até 29 dias de vida. O Hospital foi responsável, por exemplo, pelo primeiro transplante cardíaco pediátrico feito com sucesso no Paraná.
Com uma linha de cuidado completa, que inclui atendimentos clínico e cirúrgico, serviço de hemodinâmica e UTI exclusiva, a equipe da Cardiologia realizou, em 2019, 8.536 consultas, 491 cirurgias – sendo 71 em pacientes com até 30 dias de vida –, dois transplantes de coração e 44 transplantes de válvulas cardíacas.
Enfrentamento à pandemia
Para continuar atendendo pacientes como Matheus e tantos outros, que precisam continuar cuidando da sua saúde mesmo durante a pandemia do coronavírus, o Hospital Pequeno Príncipe precisa do apoio de toda a comunidade. A pandemia trouxe à instituição um déficit adicional que gira em torno de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões, que se somará aos outros R$ 20 milhões já recorrentes a cada ano, déficit este provocado pelo subfinanciamento da área da saúde.
Para conhecer os projetos do Pequeno Príncipe que necessitam de apoio e contribuir com a causa da saúde infantojuvenil, entre em contato pelos e-mails marcelle.silva@hpp.org.br ou carolina.fossati@hpp.org.br.
Entre as instituições beneficiadas com o projeto está o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), o maior hospital da América Latina
Até as 10h do dia 3 de julho, o Hospital Pequeno Príncipe atendeu 232 casos suspeitos da doença, sendo que 27 deles foram confirmados