Suspensão de cirurgias provoca forte queda no faturamento do Hospital

Número de procedimentos realizados na primeira quinzena de abril caiu mais de 80% se comparado ao mesmo período do ano passado

Ciente da sua missão de promover a saúde, o Hospital Pequeno Príncipe tem agido com responsabilidade e adotado diversas medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus (COVID-19) e para ter capacidade de atender as crianças e os adolescentes que forem acometidos pelo vírus. Algumas dessas medidas, no entanto, têm um impacto direto na sustentabilidade econômico-financeira da instituição. Uma delas é a suspensão de todas as consultas, procedimentos e cirurgias eletivas; ou seja, aquelas que não são de urgência. “Nossa estimativa é de uma queda de cerca de 50% no faturamento do mês de abril relacionado às receitas de convênios, subindo para cerca de 70% nos meses de maio e junho”, informa o diretor corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro da Silva Carneiro.

Apenas na primeira quinzena de abril, por exemplo, o número de cirurgias realizadas no Pequeno Príncipe caiu mais de 80% se comparado com o mesmo período do ano passado. “Em 2019, realizamos 970 cirurgias nos primeiros 15 dias de abril. Neste ano, foram 172”, afirma a gerente médica do Centro Cirúrgico, Richeli Gravino da Fonseca.

“Uma parte significativa dos procedimentos eletivos é coberta pelo sistema suplementar de saúde (convênios), onde temos uma pequena margem operacional. Com a suspensão, estamos estimando um déficit adicional de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões neste ano, além dos cerca de R$ 25 milhões na assistência que já acumulamos de déficit anualmente pela defasagem dos preços praticados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), somados aos R$ 8 milhões dos investimentos que fazemos em pesquisa”, explica o diretor.

Segundo o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), Flaviano Feu Ventorim, a retomada da normalidade será demorada, o que preocupa muito o setor. “Isso é um problema grave para os hospitais, pois a partir do próximo mês, essas instituições começam a não ter receita. O processo de retomada demora aproximadamente 60 dias. Por isso, vemos um cenário muito dramático de modo geral”, alerta.

Apoio da sociedade

“Mais uma vez estamos diante de um enorme desafio. Somos o maior hospital pediátrico do Brasil e oferecemos atendimento em 32 especialidades médicas. Milhares de crianças e adolescentes contam conosco para alcançar a cura ou, ao menos, para ter mais qualidade de vida. Sozinhos não conseguiremos superar este momento. Precisamos do apoio de empresas e cidadãos sensíveis para superarmos as dificuldades provocadas por esta pandemia e continuarmos a oferecer a medicina de excelência que é nossa marca nestes 100 anos”, enfatiza a diretora executiva do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro.
 
Neste sentido, a instituição elaborou diversos projetos que estão abertos para receber o apoio da sociedade. Para conhecer em detalhes e apoiar estas iniciativas, basta entrar em contato pelos e-mails carolina.fossati@hpp.org.br e marcelle.silva@hpp.org.br.

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