57% dos transplantes do primeiro semestre foram feitos durante a pandemia

Hospital Pequeno Príncipe continua atendendo grande número de casos de alta complexidade, nas diferentes especialidades

Mesmo com o número de atendimentos relativamente menor durante a pandemia do coronavírus (COVID-19), provocado pela suspensão temporária dos procedimentos eletivos (aqueles que não são de urgência), o Hospital Pequeno Príncipe continua atendendo um grande número de casos de alta complexidade, nas diferentes especialidades que oferece. Considerando o primeiro semestre de 2020, o Hospital realizou cerca de 95 transplantes. Destes, 55 procedimentos – ou 57% do total – foram feitos entre os meses de março e junho (veja tabela abaixo), período no qual a pandemia se intensificou no Brasil. Foram 20 transplantes de tecido ósseo, 15 transplantes de medula óssea, 13 transplantes de válvula cardíaca, cinco de rim, um de fígado e um de coração.

Tainara Vidal, de 15 anos, é uma das pessoas beneficiadas com um transplante, realizado no início do mês de agosto. Paciente do Pequeno Príncipe desde o seu primeiro mês de vida, a adolescente entrou na lista de espera por um coração em 7 de agosto. E apenas um dia depois foi contemplada com um novo coração. “Eu estou muito agradecida por tudo ter acontecido de forma tão rápida. Meu maior medo era de que a Tainara completasse 18 anos e tivéssemos que mudar de hospital para fazer o transplante, pois toda a minha confiança está aqui”, revela a mãe, Itamara Vidal dos Santos. “Minha filha fará 16 anos no dia 24 e este foi o melhor presente que ela poderia ganhar. Tainara dizia para mim que não vivia, sobrevivia, pois todas as suas atividades eram limitadas em função do coração fraco.  A vida dela está começando de novo agora”, conta a mãe, emocionada.     

O diretor técnico do Pequeno Príncipe, Donizetti Dimer Giamberardino Filho, reforça que a instituição está conseguindo manter seus objetivos de atender as crianças e os adolescentes em suas diferentes necessidades. “Os leitos dedicados exclusivamente para a COVID-19 vem atendendo toda a contingência de necessidade solicitada pelo estado do Paraná. Os demais leitos focaram sua energia em pacientes de urgência e emergência, além das doenças de alta complexidade. Com isso, asseguramos aos pacientes o seu direito a tratamentos de saúde, evitando o agravamento de suas doenças ao manter a continuidade do cuidado”, enfatiza.

Com relação às cirurgias, foram mais de 4,1 mil nesse período e cerca de 13% do total estavam relacionadas à alta complexidade, como as cirurgias para retirada de tumores, as cirurgias neurológicas, as correções de malformações cardíacas, os implantes de marcapasso, as correções de grandes desvios na coluna, as reconstruções de ouvido e os implantes cocleares, entre diversos outros procedimentos.

Atendimento à COVID-19
Para o atendimento aos pacientes com suspeita ou confirmados com COVID-19, o Hospital destinou uma UTI com dez leitos, além de 24 apartamentos, que podem receber até dois pacientes cada, totalizando 48 leitos.

Desde a chegada do primeiro caso no Pequeno Príncipe, em março, até o dia 14 de agosto, o Hospital já atendeu 460 pacientes com suspeita de COVID-19 e 70 casos foram confirmados. Dos casos descartados da doença, a instituição identificou e tratou outros vírus comuns para essa época do ano, como o influenza A (H1N1), o vírus sincicial respiratório (VSR), o coronavírus NL63, o rinovírus, o adenovírus, o metapneumovírus, o parainflluenza 1 e ainda casos de infecções combinadas entre esses agentes patológicos.

Entre os colaboradores do Pequeno Príncipe, cerca de 170 se contaminaram e se recuperaram ou estão em recuperação. “Apesar da demanda não intensa de internação pediátrica para pacientes com COVID-19, nossos colaboradores foram atingidos pela transmissão comunitária da pandemia. Assim, tivemos afastamentos de até 100 colaboradores concomitantemente”, explica Donizetti. Outros cerca de 100 colaboradores foram afastados por pertencerem aos grupos de risco.

Apoio
Continuar atendendo às crianças e aos adolescentes que necessitam de cuidados com a sua saúde nas diversas especialidades e também os impactados pela COVID-19 exigiu do Hospital um volume grande de investimento em equipamentos de proteção individual (EPIs), insumos, materiais e medicamentos específicos que sofreram grande aumento nos seus preços em função da procura elevada. Também foi necessário fazer novas contratações, para repor os colaboradores afastados. Essas questões, somadas à suspensão temporária dos procedimentos eletivos, devem gerar um déficit financeiro adicional de cerca de R$ 20 milhões neste ano, que se somarão aos já recorrentes R$ 20 milhões anuais provocados pelo subfinanciamento do setor de saúde.

Mais do que nunca, o Pequeno Príncipe precisa do apoio da comunidade para suprir essa defasagem. Para saber como ajudar, entre em contato pelos e-mails marcelle.silva@hpp.org.br ou carolina.fossati@hpp.org.br. Juntos, vamos enfrentar e superar essa pandemia.

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