Nesse momento de pandemia, o apoio da sociedade à instituição continua sendo fundamental
O maior hospital pediátrico do Brasil, o Pequeno Príncipe, está preparado para atender crianças e adolescentes vítimas do coronavírus (COVID-19). “Para isso, uma UTI com 10 leitos já está destinada ao atendimento desses pacientes, assim como um andar de internação com 24 quartos, que podem receber até dois leitos cada, totalizando 48 vagas”, explica o diretor técnico do Hospital, Donizetti Dimer Giamberardino Filho. Do dia 4 a 27 de março, foram atendidos 33 pacientes com suspeita de COVID-19. Nenhum caso foi confirmado.
Nesta época do ano – com a chegada do outono, que costuma ser bastante rigoroso na região Sul do Brasil, onde o Pequeno Príncipe está localizado –, as outras doenças respiratórias também se intensificam, tornando esse momento de pandemia ainda mais desafiador. “Especialmente os bebês que estão enfrentando o seu primeiro outono costumam ter complicações respiratórias, como as bronquiolites”, informa a diretora executiva do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro.
Ela afirma que desde janeiro, quando se intensificaram as informações sobre o coronavírus, a instituição passou a planejar e executar ações para proteção, prevenção e enfrentamento da pandemia, sem deixar de olhar para a demanda natural que ocorre neste período. “Intensificamos o treinamento das equipes, reforçando as boas práticas de uso de EPIs e, sobretudo do autocuidado. Também estabelecemos os fluxos e protocolos de atendimento e nos organizamos em termos de espaço para receber as crianças e os adolescentes que necessitarem”, destaca.
Além disso, foram adotadas medidas para proteger a saúde dos mais de 2 mil colaboradores da instituição e das crianças que já se encontram internadas, e que, em função dos tratamentos que fazem, estão no grupo de risco. “Nesse sentido, suspendemos diversas atividades, como as aulas para estudantes da área da saúde – como enfermeiros, psicólogos e médicos –, visitas, presença de voluntários e as atividades de educação e cultura. Fechamos as brinquedotecas e nossa biblioteca”, conta.
Os eventos do Pequeno Príncipe programados para 2020 foram adiados ou cancelados, e os colaboradores que precisam fazer reuniões com fornecedores, apoiadores e outros públicos foram orientados a fazê-las de forma remota.
Todas as consultas, os procedimentos e as cirurgias eletivas (que não são de urgência) foram cancelados temporariamente. “Essa é uma medida de proteção da saúde das crianças, que terá reflexo na sustentabilidade institucional, pois estamos deixando de fazer uma série de procedimentos que não são de urgência ou emergência. Os procedimentos que podem ser agendados – e por hora estão suspensos – representam um volume significativo do nosso faturamento. Por isso, mais do que em qualquer outro momento, o apoio da sociedade à nossa instituição é fundamental”, reforça.
Investimento social
O quarto andar do Hospital, que está sendo destinado à internação dos pacientes com suspeita de COVID-19, faz parte de uma das primeiras grandes realizações do Pequeno Príncipe, que contou com o apoio maciço de investidores, que destinaram recursos por meio do direcionamento de parte do seu Imposto de Renda. Essa obra foi inaugurada no final de 2008.
Além disso, nos últimos anos, diversos respiradores e outros equipamentos adquiridos pela instituição contaram com apoio de empresas e cidadãos. Em 2019, por exemplo, foram adquiridos 22 monitores multiparamétricos e 10 novos respiradores – equipamentos essenciais no tratamento do COVID-19 e de outras doenças respiratórias – com recursos doados ao Pequeno Príncipe. “Na nossa história centenária, a cada novo desafio que enfrentamos, nos fortalecemos com a confiança e o apoio que recebemos de empresas e pessoas sensíveis e comprometidas com o cuidado aos mais vulneráveis e com a transformação da sociedade. Juntos, vamos enfrentar e superar mais este momento desafiador”, enfatiza a diretora.
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