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Neurocientista do Pequeno Príncipe recebe Prêmio Nise da Silveira 2025

Mara Lúcia Cordeiro, diretora do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, foi a única cientista homenageada nessa edição do prêmio, oferecido pela Câmara dos Deputados

A neurocientista Mara Lúcia Cordeiro, diretora de Relações Institucionais do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP), foi reconhecida nacionalmente por sua trajetória em prol da saúde mental de crianças e adolescentes. No início de outubro, ela recebeu o Prêmio Nise da Silveira de Boas Práticas e Inclusão em Saúde Mental 2025, em solenidade comemorativa ao Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro). A cerimônia foi realizada no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Criado em 2019, o prêmio homenageia pessoas e instituições que contribuem para o fortalecimento de políticas públicas pautadas na dignidade, na inclusão e no cuidado humano. Nessa edição, Mara foi a única cientista premiada, representando o papel transformador da pesquisa brasileira na promoção da saúde mental infantojuvenil.

Ciência com empatia e propósito social

Em seu discurso, Mara realçou a emoção de representar a ciência entre os homenageados e de carregar o legado de uma das maiores referências da psiquiatria humanizada no país.

“Receber o Prêmio Nise da Silveira é uma honra imensa e uma emoção que dificilmente consigo traduzir em palavras. Nise enxergou o ser humano além do diagnóstico, da exclusão e do estigma. Ser reconhecida em seu nome é motivo de profunda gratidão — e também de grande responsabilidade”, afirmou.

Com uma trajetória dedicada ao diagnóstico precoce, à prevenção e à inclusão social, a pesquisadora salientou que o reconhecimento é coletivo. “Este diploma não é apenas meu, é de todos que acreditam que a ciência pode e deve servir à inclusão e ao cuidado humano. Agradeço profundamente ao Hospital Pequeno Príncipe, ao Instituto e à Faculdades Pequeno Príncipe por transformarem conhecimento em ação social.”

Uma trajetória que conecta ciência, educação e cuidado

Referência nacional em neurociência e saúde mental da infância e adolescência, Mara atua — há mais de duas décadas — no desenvolvimento de projetos que unem pesquisa, clínica e educação. À frente do IPP, contribui para o avanço de estudos sobre o desenvolvimento neurológico, transtornos do espectro autista, depressão infantil e o impacto das experiências adversas no cérebro em formação.

A cientista também agradeceu o apoio dos deputados Toninho Wandscheer (federal) e Alisson Wandscheer (estadual), que reconheceram sua contribuição à ciência e às causas da infância: “A confiança e o comprometimento de ambos reforçam que a política, quando se une à ciência e à compaixão, tem o poder de transformar vidas.”

Legado de Nise da Silveira

O prêmio leva o nome da psiquiatra Nise da Silveira (1905–1999), pioneira na humanização do tratamento psiquiátrico no Brasil. Defensora da liberdade e da dignidade de pessoas em sofrimento mental, Nise rompeu paradigmas ao opor-se ao confinamento em manicômios, ao eletrochoque e à lobotomia, e inspirou gerações com sua visão integradora entre arte, afeto e terapia.

Além de Mara Lúcia Cordeiro, foram homenageados em 2025:
– Sociedade Assistencial Saravida (PE);
– Associação Pestalozzi de Rio Verde (GO);
– Caps AD José Danilo Borges (MG);
– MBRAC Programa de Geração de Trabalho e Renda (RJ).

“Ser parte dessa história é reafirmar o compromisso do Pequeno Príncipe com uma ciência que cura e acolhe. Que olha para a saúde mental da infância com a mesma seriedade e ternura com que cuidamos do corpo.”
Mara Lúcia Cordeiro, diretora de Relações Institucionais do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe

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