Pequeno Príncipe se torna a primeira instituição de saúde do Brasil a adquirir créditos de biodiversidade
Em parceria com a SPVS, o projeto 100% brasileiro reforça a conexão entre saúde, conservação da biodiversidade e negócios
Em um movimento inédito no Brasil, o Complexo Pequeno Príncipe, referência internacional em saúde infantojuvenil e responsabilidade socioambiental, tornou-se a primeira instituição de saúde do país a adquirir créditos de biodiversidade. Com essa iniciativa, a instituição filantrópica se posiciona como uma das protagonistas na promoção desse novo e estratégico mercado para a conservação da natureza no território nacional. A aquisição inicial equivale a um terço da necessidade estimada de créditos da instituição: serão cinco mil unidades, com investimento de US$ 15 mil.

A negociação foi realizada com a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), organização com 40 anos de atuação na proteção da biodiversidade da Mata Atlântica. Os créditos gerados são decorrentes de uma fração dos 19 mil hectares que a SPVS mantém na forma de reservas naturais no litoral norte do Paraná, no coração da Grande Reserva Mata Atlântica.
“O fato de sermos o primeiro hospital pediátrico do mundo a buscar créditos de biodiversidade mostra nosso foco no futuro. O tema meio ambiente está muito presente na nossa atuação — seja com nossos alunos na Faculdades Pequeno Príncipe, nas pesquisas do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe ou em toda a gestão do Hospital Pequeno Príncipe”, ressalta o diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro da Silva Carneiro.
O diretor diz ainda que no Complexo Pequeno Príncipe a missão é promover saúde com excelência, mas também com responsabilidade. “Sabemos que não basta tratar a doença — é preciso cuidar do ambiente onde nossas crianças vão crescer e viver. Ao investir em créditos de biodiversidade, reafirmamos que saúde e natureza estão profundamente conectadas. Proteger a biodiversidade é proteger a vida em sua plenitude, com um olhar para o futuro das novas gerações.”

Saiba mais sobre os créditos de biodiversidade
O termo, relativamente novo no Brasil, surgiu a partir do Marco Global da Biodiversidade, estabelecido na COP15, em Montreal, no ano de 2022. Com base em metodologias e métricas reconhecidas, como a desenvolvida pelo Instituto LIFE, os créditos de biodiversidade representam ganhos reais e mensuráveis na conservação da natureza, gerados por ações que protegem ecossistemas, recuperam áreas degradadas e mantêm os serviços ambientais essenciais à vida.
Segundo Natasha Choinski, técnica da SPVS responsável pelos processos de Certificação LIFE, os créditos são gerados a partir de análises de campo e parâmetros técnicos de curto e longo prazo, que avaliam a importância de cada área e a qualidade das ações de gestão ambiental implementadas.
Para a geração desses créditos, são considerados fatores como tamanho e localização da área, importância ecológica, fragilidade, papel na manutenção de serviços ecossistêmicos e qualidade da gestão realizada. Além disso, indicadores de resultado em médio e longo prazo são monitorados, incluindo impactos sobre comunidades, populações de espécies e características genéticas e estruturais da paisagem.

Um compromisso para além da compensação
O Complexo Pequeno Príncipe, que já apresenta elevados padrões de desempenho em gestão ambiental, também está em processo de implementação da Certificação LIFE de Negócios e Biodiversidade e deve tornar-se a primeira instituição do setor de saúde a obter esse reconhecimento. Como parte do processo, é necessário calcular a pressão exercida sobre a natureza e comprovar que a organização atua além da compensação legal, seja por meio de ações voluntárias de conservação ou pela aquisição de créditos de biodiversidade equivalentes, sendo ao menos 30% provenientes da mesma ecorregião.
“Já fazemos muito na busca por eficiência no uso de energia e água, na redução de emissões de gases de efeito estufa e na gestão de resíduos. Somos carbono neutro desde 2021 e temos reconhecimento internacional, como o padrão ouro no prêmio global Health Care Climate Challenge. Ainda assim, consideramos essas ações insuficientes diante da gravidade da crise climática. É preciso ir além, com responsabilidade e atitudes concretas, pensando na saúde e nos direitos das crianças de hoje e do futuro”, complementa Carneiro.
“A compra dos créditos de biodiversidade pelo Pequeno Príncipe representa um marco na forma como as empresas brasileiras podem se posicionar frente aos desafios ambientais. Estamos muito felizes em ver essa iniciativa se concretizar, pois mostra que é possível unir responsabilidade corporativa, conservação da natureza e geração de valor para os negócios. Os Créditos LIFE são uma ferramenta concreta para que as organizações reconheçam a sua dependência da biodiversidade e contribuam ativamente para a sua preservação”, comenta Regiane Borsato, diretora-executiva do Instituto LIFE.

