Hospital Pequeno Príncipe firma nova parceria para salvar a vida de bebês com problemas cardíacos no Paraná
A cada ano, 1,2 mil bebês nascem com doenças cardíacas no estado – 400 deles precisam de cirurgia nos primeiros dias de vida para ter chance de sobreviver

Todos os anos no Paraná nascem cerca de 150 mil bebês. A literatura médica aponta que aproximadamente 0,8% deles nascerão com problemas cardíacos, ou seja, algo em torno de 1,2 mil, sendo que 400 deles necessitarão de cirurgia logo nos primeiros dias de vida e outros 600 exigirão acompanhamento especializado. Para garantir uma resposta mais ágil e eficiente a esses casos, o Hospital Pequeno Príncipe assinou em março uma parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa/PR) para a execução do projeto Bate-Bate Coração.
A proposta é inovadora: por meio de uma linha de cuidado estruturada e da telemedicina entre UTIs neonatais, a equipe especializada do Hospital poderá atuar a distância no diagnóstico, acompanhamento e definição de condutas para bebês com cardiopatias graves em todo o estado. O projeto inclui o uso de tecnologia de ponta, como robôs de telepresença para interações em tempo real com as equipes locais, compartilhamento seguro de exames e imagens, bem como consultorias especializadas em situações críticas.
“A identificação da doença, ainda no período de gestação, a definição de local do nascimento, a atenção do parto propriamente dito e os cuidados adequados com o bebê com cardiopatia são grandes desafios na linha de cuidado do bebê cardiopata e são um dos focos deste projeto. Queremos contribuir para que as unidades de saúde do estado estejam preparadas para o atendimento e conectadas para efetivar o melhor desfecho clínico de cada caso”, explica o cardiologista Cassio Fon Ben Sum, diretor-técnico do Hospital Pequeno Príncipe.
Além de contribuir diretamente para a redução da mortalidade neonatal por cardiopatias, o projeto vai aprimorar protocolos, capacitar equipes e mobilizar a rede de saúde para garantir que nenhum bebê deixe de receber o cuidado adequado por falta de estrutura especializada em sua região.

Cuidar do início da vida
“Cuidar do início da vida é investir em todo o ciclo da saúde. Quando conseguimos intervir precocemente em condições graves como as cardiopatias, aumentamos significativamente as chances de sobrevivência e qualidade de vida dessas crianças”, afirma Ety Cristina Forte Carneiro, diretora-executiva do Hospital.
O Pequeno Príncipe é um dos hospitais que mais realizam cirurgias para correção de cardiopatias congênitas em bebês recém-nascidos no Brasil. São mais de três décadas de experiência nessa linha de cuidado, com resultados significativos em desfecho primário, com uma sobrevida global de 96%. Anualmente, a instituição realiza cerca de 500 cirurgias cardíacas, sendo aproximadamente 70 delas neonatais.
Além da expertise dos cirurgiões, anestesistas e equipe de atuação no Centro Cirúrgico, o Hospital conta com 26 leitos dedicados à cardiologia, com equipes altamente capacitadas.
A iniciativa também representa um avanço importante na regionalização da assistência neonatal, otimizando os recursos já existentes no estado e promovendo equidade no acesso ao cuidado especializado.
Após a assinatura da parceria, o Hospital estima um prazo de aproximadamente seis meses de planejamento das ações para o início dos atendimentos.

