Georgetown University reforça parceria com o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe em oncologia pediátrica
Qualidade do Biobanco e diversidade genética brasileira foram ressaltados como pontos fortes, possibilitando a realização de estudos multicêntricos com amostras biológicas variadas e de alto padrão

O Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP) recebeu, em meados de março, o relatório técnico elaborado por pesquisadores da Georgetown University (EUA) após a visita, realizada em agosto do ano passado, às unidades do Complexo Pequeno Príncipe – o Instituto, o Hospital Pequeno Príncipe e a Faculdades Pequeno Príncipe (FPP). O documento destaca a solidez da infraestrutura científica do IPP e do Hospital, bem como o alto nível acadêmico da FPP, comparável ao de instituições norte-americanas, e reforça o compromisso de ambas as instituições com a continuidade da parceria científica na área de oncologia pediátrica, com foco especial nos tumores do sistema nervoso central (SNC).
A colaboração internacional entre o Instituto de Pesquisa e a Georgetown University, com ênfase em pesquisas epidemiológicas, genéticas e clínicas sobre tumores do SNC, que são os mais comuns na infância, vem sendo desenvolvida há mais de um ano.
Para a pesquisadora Luciane Regina Cavalli, do IPP, e coordenadora das pesquisas, trata-se de uma aliança estratégica ao avanço científico na área. “Essas colaborações internacionais são fundamentais para impulsionar avanços científicos de pesquisa básica, translacional e clínica, não apenas para os dois países envolvidos, mas para a área oncológica pediátrica global”, afirma.
Entre os destaques do relatório está a relevância da diversidade genética da população brasileira para estudos epidemiológicos e genéticos, o que pode ampliar a aplicabilidade dos resultados em diferentes contextos populacionais.
O documento também ressalta a qualidade técnica do Biobanco, que, segundo os pesquisadores da Georgetown, poderá viabilizar estudos multicêntricos com amostras biológicas de alto padrão, promovendo análises integradas entre biologia molecular, epidemiologia e medicina de precisão.

A capacitação de jovens pesquisadores brasileiros também é uma das metas do projeto. Em 2025, já está prevista uma segunda etapa de intercâmbio: após a vinda dos cientistas norte-americanos a Curitiba, será a vez de a equipe do IPP visitar a Georgetown University, para reuniões técnicas e definição de novas frentes de trabalho.
“Essa colaboração fortalece a pesquisa básica e translacional das instituições brasileiras ao proporcionar acesso a tecnologias avançadas, padronização de protocolos e desenvolvimento de diversas pesquisas clínicas colaborativas”, observa Luciane.
Outro ponto relevante é o envolvimento de órgãos públicos brasileiros, como o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, cujas parcerias buscam traduzir os achados da pesquisa em políticas públicas mais eficazes para o enfrentamento do câncer infantil no Brasil.
Em longo prazo, a colaboração entre o Instituto de Pesquisa e a Georgetown University também prevê a captação conjunta de recursos em agências nacionais e internacionais de fomento à pesquisa.
“Essa abordagem multidisciplinar fortalece a identificação de biomarcadores, alvos terapêuticos e a aplicação dos dados laboratoriais na prática clínica”, finaliza a pesquisadora do IPP.
