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Pequeno Príncipe expande telemedicina e leva neuropediatria à Região Norte do Brasil

Consultas estão sendo realizadas em clínica de Vilhena, terceira maior cidade de Rondônia, localizada a 800 quilômetros da capital

Um contrato firmado entre o Hospital Pequeno Príncipe e a Plena Clínica de Infusão de Medicamentos e Saúde está viabilizando consultas com neuropediatras para crianças de Vilhena, município do estado de Rondônia conhecido como Portal da Amazônia, por estar localizado na entrada da região chamada Amazônia Ocidental.

Vilhena tem cerca de cem mil habitantes, sendo aproximadamente 30 mil crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Localizada a aproximadamente 800 quilômetros da capital, Porto Velho, o município sofre com a falta de profissionais especializados em pediatria. A neuropediatria é uma das carências. “Os itinerários de voos para trazer profissionais presencialmente são onerosos e instáveis. Isso faz com que os profissionais não consigam manter frequência de atendimento, e a população sofre por não ter constância nos tratamentos”, explicou a neurologista Simone Lucatto, diretora da clínica.

Diante dessa dificuldade, ela buscou o Serviço de Telessaúde do Pequeno Príncipe e se tornou uma clínica parceira, que conta com a expertise dos profissionais do Hospital para atendimento especializado em crianças, via telemedicina.

Metodologia garante qualidade

A neurologista Michele Zeny, do Pequeno Príncipe, foi quem desenvolveu a metodologia de atendimento remoto para consultas de neurologia pediátrica. A partir de um roteiro preestabelecido, um profissional de saúde que está presente na clínica realiza o exame físico no paciente previamente. No momento da consulta, a médica vai refinando a investigação. A presença de um profissional de saúde, para auxiliar no exame físico, e de um neurologista de retaguarda, que auxilia na dispensação de medicamentos controlados, completa a metodologia, garantindo uma consulta resolutiva e de qualidade.

“Com o modelo de telemedicina em consultório, conseguimos manter a frequência adequada de consultas sem a troca de profissionais. Também reduzimos as dificuldades da telemedicina realizada em casa, como a necessidade de exame físico e a dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial, que necessitam das receitas azuis e amarelas”, esclareceu Simone. De acordo com ela, mesmo casos complexos já foram resolvidos nas consultas remotas. “Tivemos um paciente com encefalite autoimune em que a suspeita clínica foi essencial para controle das crises convulsivas”, revelou.

Hospital sem tijolos

A médica Rafaela Wagner, coordenadora do Serviço de Telessaúde do Hospital Pequeno Príncipe, ressaltou o compromisso da instituição com a inovação e o fortalecimento de práticas seguras de saúde digital. “Com metodologia e compromisso com a excelência, conseguimos levar atendimento especializado para regiões que carecem desses profissionais, descentralizando o acesso a uma medicina de qualidade e resolutiva, que hoje está concentrada nos grandes centros urbanos. Dessa forma, colocamos em prática o conceito de hospital sem tijolos e contribuímos para a qualificação da assistência infantojuvenil no Brasil”, enfatizou.

Além de Vilhena, a iniciativa também está sendo realizada em uma clínica de Palhoça, Santa Catarina. Já em Paranaguá, no litoral paranaense, a parceria é com a Secretaria Municipal de Saúde. O Hospital estabeleceu ainda parceria com o Hospital Itamed (antigo Hospital Ministro Costa Cavalcanti), de Foz do Iguaçu, para o desenvolvimento de um programa de teleconsultorias em neurologia pediátrica para a UTI pediátrica, auxiliando os médicos intensivistas com os casos que apresentem queixas neurológicas dentro da unidade.

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