Estudo comprovando os resultados do brain4care foi publicado na “Scientific Reports”, do Grupo Nature – uma das mais relevantes revistas científicas de acesso aberto do mundo
Uma pesquisa clínica publicada por profissionais do Pequeno Príncipe validou uma solução inovadora na área da saúde para a pediatria: o brain4care, primeiro dispositivo mundial totalmente não invasivo para monitoramento das funções cerebrais e do risco de hipertensão intracraniana. A solução, que já estava validada para uso em adultos, promove um importante auxílio no tratamento e detecção de hipertensão intracraniana secundária a inúmeras causas, desde traumas até tumores cerebrais.
O estudo foi publicado na Scientific Reports, do Grupo Nature, e comprova que o brain4care traz um avanço na área da saúde pediátrica, pois proporciona a identificação ou confirmação de alterações da complacência cerebral com ainda mais qualidade e segurança. Antes, só era possível realizar esse controle por meio de uma cirurgia invasiva com inserção de um cateter no meio intracraniano.
O vice-diretor-técnico de Qualidade e Pesquisa Clínica do Hospital Pequeno Príncipe, Fábio de Araújo Motta, destaca a importância da publicação para a saúde infantojuvenil. “Estamos criando uma referência inédita no mundo, algo que ainda não tinha sido validado por pares. O monitoramento não invasivo do risco de hipertensão intracraniana pode vir a se estabelecer como um novo sinal vital na assistência”, afirma. “Para a nossa instituição, comprometida com a tecnologia e inovação, isso representa um ganho significativo, pois, da mesma forma que fizemos com o TytoCare, conseguimos validar em pacientes pediátricos uma importante tecnologia que terá um potencial de impactar um bilhão de pessoas nos próximos dez anos, de acordo com a Singularity University”, frisa Motta.
Sobre a pesquisa
O estudo realizado foi o observacional transversal, tipo de pesquisa epidemiológica que analisa uma população num determinado momento no tempo, recolhendo dados de forma simultânea.
A complacência intracraniana – capacidade natural do cérebro de estabilizar a pressão evitando o seu aumento – foi analisada utilizando o brain4care em 55 crianças neurologicamente saudáveis. Os pacientes participantes tinham idade entre 2 anos e 17 anos e 11 meses, e foram recrutados exclusivamente no Hospital Pequeno Príncipe.
Realizado entre fevereiro de 2021 e agosto de 2022, o estudo comprovou a facilidade do uso do dispositivo, o conforto e a boa aceitação do seu uso, assim como foi possível determinar uma faixa de normalidade de valores da mensuração da complacência intracraniana nos pacientes pediátricos. “Os dados obtidos ajudam a determinar os valores de normalidade com o sensor brain4care. Isso nos auxilia na detecção de alterações agudas nas lesões intracranianas com aumento da pressão, o que – se não controlado – pode levar a quadros de piora neurológica e, eventualmente, até a morte”, explica um dos investigadores na pesquisa, chefe do Serviço de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, neurocirurgião Adriano Keijiro Maeda.
A solução brain4care
Criado pelo cientista Sérgio Mascarenhas – que faleceu em 2021 –, o brain4care se tornou uma deep tech (startup baseada em investigação científica). Ao proporcionar o monitoramento não invasivo da pressão intracraniana, o equipamento permite que a equipe médica avalie e acompanhe a evolução do risco de danos neurológicos nos pacientes em clínicas e hospitais, auxiliando na triagem de casos, no diagnóstico rápido e assertivo das patologias associadas e na definição de condutas. A solução é inovadora, indolor e não requer medicação, preparação ou contrastes, e isso permite que o intervalo de tempo de uso e de resultados também seja reduzido. O acompanhamento por meio do dispositivo qualifica o suporte à tomada de decisão.
“Este estudo é completamente inédito na literatura. A partir dele inicia uma nova era do monitoramento da pressão intracraniana na população pediátrica, proporcionando melhores resultados, rapidez nas tomadas de decisão utilizando um método 100% não invasivo”, ressalta a neuropediatra Simone Carreiro Vieira Karuta, autora do artigo e uma das médicas investigadoras.
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