Conquistas e realizações marcaram 2024

Comemoramos importantes marcos na assistência, no ensino e na pesquisa, e nos fortalecemos para ampliar o nosso impacto e perenizar a nossa missão

Em 2024, Gabriel completou seu primeiro ano de vida. Rony comemorou seu 43.º aniversário. Eles não se conhecem, mas suas histórias têm algo em comum: um transplante de órgão realizado no Pequeno Príncipe, que deu a ambos uma nova chance de vida.

Trinta e cinco anos separam as duas histórias. O transplante de rim realizado em Rony, em 1989, foi o primeiro de órgão sólido da história do Pequeno Príncipe e abriu caminhos para o avanço de técnicas, procedimentos e cuidados que foram tornando-se cada vez mais complexos. Tão complexos, a ponto de as equipes conseguirem fazer o transplante cardíaco em Gabriel em 2024, quando ele tinha apenas 3 meses de vida e quatro quilos.

Além dos 35 anos do primeiro transplante de órgão sólido, em 2024 o Pequeno Príncipe comemorou diversos outros marcos da sua centenária história de cuidado: 20 anos do primeiro transplante cardíaco, 20 anos do Ambulatório de Doenças Raras, 25 anos do Centro de Vacinas e a realização do transplante de medula óssea de número 500. Também consolidamos o nosso programa de telessaúde, que hoje contribui para a qualificação do atendimento na atenção primária em alguns municípios do Paraná e de São Paulo, e é uma referência para segunda opinião em casos de alta complexidade.

A capacidade do Pequeno Príncipe de cuidar de pacientes com quadros muito complexos, de forma humanizada e com excelentes resultados, faz da instituição um lugar único. São muitas as iniciativas inovadoras nestes 105 anos de história. Em 2024, a instituição manteve 48 serviços de assistência, ensino e pesquisa, um centro de atendimento a doenças raras e um centro de reabilitação e convivência – todos voltados à infância e adolescência –, que atenderam mais de cem mil crianças e formam cerca de 150 profissionais de saúde.

Essa grande estrutura fez com que a instituição conquistasse, pelo quarto ano consecutivo, o reconhecimento de melhor hospital da América Latina com atuação em pediatria, no ranking da revista norte-americana Newsweek.

Saúde no presente e no futuro

Para conseguir ampliar o número de atendimentos, o Pequeno Príncipe deu dois importantes passos em 2024. O primeiro deles foi a inauguração de uma nova UTI, ainda no primeiro trimestre, com oito leitos, que está dedicada aos pacientes da cardiologia.

O segundo passo foi o início da construção do Pequeno Príncipe Norte, projeto de expansão da instituição que reúne em um único espaço um hospital-dia, um hospital de alta complexidade, um prédio de ambulatórios, a sede do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe e da Faculdades Pequeno Príncipe, um centro cultural e jardim botânico. O primeiro ano de trabalho trouxe avanços importantes: terraplanagem, macrodrenagem, cisternas, demolições e central elétrica se encontram em fase final. Também já está de pé a guarita principal, que organiza o fluxo de veículos e pedestres.

E ainda se destacaram no ano a reforma do Ambulatório de Oncologia, Hematologia e Transplante de Medula Óssea, que havia sido destruído em um incêndio no ano anterior, e a construção de uma rampa que interliga todos os andares do Hospital, criando uma rota segura de evacuação em casos de emergência.

Também foi construído o Jardim Terapêutico, no Centro de Reabilitação e Convivência Pequeno Príncipe: um espaço cuidadosamente projetado para promover o bem-estar físico, emocional e psicológico de crianças, adolescentes, familiares e colaboradores do Hospital. Integrando elementos da natureza e do design, o jardim oferece um ambiente acolhedor que contribui para a recuperação dos pacientes e proporciona momentos de tranquilidade e conforto em meio aos desafios do tratamento médico.

Ensino e pesquisa

Avançamos em ensino e pesquisa, com iniciativas como o II Encontro Internacional de Especialidades em Pediatria, pesquisas clínicas gerenciadas e estudos pioneiros publicados em 2024.

Celebramos os 18 anos do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, que segue como referência em ciência translacional, ajudando a transformar descobertas em benefícios reais para nossos pacientes. Os cientistas do Instituto publicaram cerca de 300 artigos no quadriênio em avaliação pela Capes, que engloba os anos de 2021 a 2024. Nesse mesmo período, foram formados mais de 60 mestres e doutores.

Outro grande destaque do ano no Instituto de Pesquisa foi a aprovação de diversos projetos em editais de financiamento, além da conquista de apoio financeiro direto para alguns estudos. Somadas, essas conquistas representam um financiamento de cerca de R$ 21 milhões. Alguns projetos já estão em execução, e outros terão os recursos liberados em 2025.

Na Faculdades, comemoramos os 21 anos com a nota máxima alcançada na avaliação de recredenciamento realizada pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). O curso de graduação em Medicina completou dez anos e também obteve nota máxima na avaliação do MEC.

Sustentabilidade

Outra importante realização do ano, pensando na perenidade da missão do Pequeno Príncipe, foi o lançamento do fundo patrimonial da instituição, o Furutin – Funds for Life, que vai captar recursos na sociedade para investimento futuro em assistência, ensino e pesquisa, e ações voltadas à sustentabilidade e saúde única.

Adicionalmente, buscamos incansavelmente a sensibilização das autoridades ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) sobre dois pontos importantes: a necessidade de revisão dos procedimentos descritos na tabela do SUS, com a incorporação de novas práticas, órteses, próteses e medicamentos, visto que a medicina tem evoluído e é necessário incorporar aos tratamentos oferecidos também pelo SUS  todas as inovações existentes na medicina, especialmente com foco em pediatria; e a necessidade de reajustar os valores estabelecidos na tabela do SUS.

Mobilização da sociedade

Ao longo de 2024, foram muitas as nossas iniciativas para mobilizar a sociedade em prol da causa da saúde infantojuvenil. O grande destaque foi o Jogo Pelé Pequeno Príncipe Legends, que reuniu cerca de 28 mil pessoas na Ligga Arena, em Curitiba, para assistir a uma partida solidária entre o Barça Legends e a Seleção Pelé Pequeno Príncipe Legends. Além de arrecadar fundos para as atividades de pesquisa da instituição, o evento teve como objetivo homenagear o rei Pelé, que emprestou seu nome para a nossa unidade de pesquisa. Mobilizamos o poder público e instituímos o Dia do Rei Pelé – comemorado em 19 de novembro, data de realização do seu milésimo gol. E honramos o seu legado levando para o campo um time estrelado de jogadores, acompanhados de crianças em tratamento e profissionais dedicados que diariamente ajudam a escrever histórias de superação.

Humanização

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana.” A frase de Carl Jung – que, de forma muito poética, aborda a importância da empatia nas relações humanas – pode ser usada para descrever o “jeito de ser e fazer” do Pequeno Príncipe, um jeito que reconhece, acolhe e respeita a história e as necessidades de cada paciente e sua família. Um jeito que entende a criança e o adolescente como sujeitos de direitos e que trabalha diariamente para assegurar tais direitos.

É esse jeito que permite que histórias incríveis aconteçam nos quartos, corredores, brinquedoteca, biblioteca e demais espaços do Hospital. A pequena Sylvia, por exemplo, colocou toda a equipe do Serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO) para dançar e comemorar com ela o sucesso do seu transplante. A Laura aprendeu a ler enquanto estava hospitalizada. E a Amanda se tornou arte-educadora após descobrir a arte durante o período em que esteve internada no Hospital, anos atrás. “Enquanto os médicos curavam o meu corpo, a arte curava a minha alma”, revelou.