Gala do Bem supera meta de captação

Em uma noite emocionante, sociedade se uniu para apoiar o tratamento e a pesquisa contra o câncer infantil realizados no Hospital Pequeno Príncipe

O Gala do Bem, realizado pelo Hospital Pequeno Príncipe, no início do mês de outubro, em Curitiba, superou sua meta de captação, alcançando a marca de R$ 1.354.300,00 doados em prol da pesquisa e do atendimento de crianças e adolescentes que lutam contra o câncer infantil ou que necessitam de transplante de medula óssea (TMO). Clique aqui para ver a destinação detalhada dos recursos.

“Temos enormes desafios e muitas oportunidades todos os dias de impactar positivamente e dar chance à vida. O apoio de cada um de vocês é fundamental para que juntos possamos oferecer essa chance de vida para todas as crianças”, ressaltou a diretora-executiva do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro, em seu discurso.

Solidariedade temperada com alta gastronomia

O Gala do Bem teve um menu exclusivo com entrada e dois pratos principais, assinados pelos chefs Rafa Costa e Silva, Morena Leite e Claude Troisgros, que também é curador do evento e padrinho das ações de mobilização social do Pequeno Príncipe há mais de dez anos. O Espaço Klaine, grande apoiador da iniciativa, assinou o coquetel e a sobremesa.

A noite foi marcada pela homenagem ao médico Eurípides Ferreira, pelas contribuições inestimáveis à saúde, e à empresária Tatiana Reichmann, CEO da Ademicon e grande apoiadora de causas sociais.

Many Tigre Elache e Marjorie Geiger Hauser foram as mobilizadoras dessa edição tão especial. Há 15 anos, elas engajam suas redes de relacionamento em prol da causa contra o câncer infantil e tiveram papel fundamental na implantação e manutenção do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital, um dos principais serviços da América Latina.

“Aqui falou-se muito sobre laços de amizade. Acho que a relação que todos nós temos com o Hospital Pequeno Príncipe começa com um laço de amizade. Doutor Eurípides iniciou esse projeto, que abraçamos lá no início, em 2010. Em seguida, propagou-se por outros tantos amigos que trouxemos juntos como apoiadores para o Hospital. E hoje homenageamos uma grande amiga, a empresária Tatiana, que também se dedica à causa social”, salientou Many.

Para Marjorie, que também é voluntária na Pastoral da Espiritualidade no Hospital, o papel do Pequeno Príncipe é único. “Este Hospital desempenha um papel muito importante em nossa sociedade. Aproveito para parabenizar a todos vocês, que, com o seu esforço, ajudam a mudar a vida de nossas crianças.”

Diversas autoridades também participaram do evento. O prefeito em exercício, Eduardo Pimental Slaviero, reforçou a importância do Pequeno Príncipe para o atendimento pediátrico e declarou apoio à construção do Pequeno Príncipe Norte, projeto que vai expandir a instituição, construindo uma nova unidade na Região Norte de Curitiba. “A minha vinda aqui hoje é para garantir que, dentro das possibilidades da prefeitura, daremos apoio total e irrestrito para o Hospital Pequeno Príncipe da Região Norte. O Pequeno Príncipe é um orgulho da cidade de Curitiba”, realçou.

Histórias de determinação e luta que emocionaram

“Tenho uma leucemia que gosta de mim, mas eu não gosto muito dela”, contou Lara Lang, 17 anos, paciente do Pequeno Príncipe que luta contra o câncer desde os 3 anos. A jovem ainda não está curada, porém não desiste. “Eu luto muito, porque ainda acredito que um dia eu vou conseguir. E hoje quero agradecer a todos que cuidaram e cuidam de mim, e à doutora Flora, que é da oncologia e que é a minha base”, complementou. Lara foi ao evento para dar o seu testemunho sobre a importância de contar com um centro especializado para lutar contra essa doença tão complexa.

Essa mesma determinação em buscar a cura é o que moveu o médico Eurípides Ferreira, homenageado científico da noite. “Em 1960, eu cuidei de um menino de 6 anos, ele tinha leucemia linfoblástica aguda. Naquele tempo não havia quimioterapia ou antibióticos para o caso. E eu perguntei se estava tudo bem. Ele respondeu que sim e perguntou: ‘Tio, você deixa eu morrer em casa?’ Respondi: ‘Você tem todo direito.’ Naquele dia, eu prometi para mim que faria todos os esforços para curar a leucemia. Fui estudar e recebi muitos apoios”, relembrou.

A caminhada do então jovem médico passou pela Europa e Estados Unidos, cruzou com a dos maiores pesquisadores da época e o trouxe de volta a Curitiba em 1975. Com novas expectativas e um universo de possibilidades e novos tratamentos, ele retornou ao Pequeno Príncipe para tratar, curar e inspirar.

“Ele tinha estado com os maiores cientistas da época e agora estava ali, no Hospital, discutindo casos e nos ensinando. Hoje, eu posso fazer o diagnóstico de uma leucemia sabendo que não é uma condenação de morte, mas que há esperança de cura. A gente cura câncer nas crianças, as trata com respeito e humildade, e quem nos ensinou tudo isso foi o doutor Eurípides. Esse é um legado que continuamos. Muito, muito obrigada”, agradeceu a chefe do Serviço de Oncologia e Hematologia do Pequeno Príncipe, Flora Mitie Watanabe.

Gratidão também é o sentimento de Divone Domingos, mãe de Lara. “Eu agradeço a Deus, porque se não fosse o Pequeno Príncipe nós não teríamos 16 anos aqui lutando; e ela, maravilhosa.”

Lara e o doutor Eurípides são dois dos muitos exemplos de histórias protagonizadas na existência centenária do Pequeno Príncipe, vidas que levam a instituição a inovar, investir e transformar-se. Eles inspiram, assim como centenas de outros pacientes e profissionais.

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