Um dos mais antigos e completos do Brasil, serviço disponibiliza tratamento humanizado e de excelência – do diagnóstico às terapias mais inovadoras –, com taxa de sobrevida de 74%
No início da década de 1960, um estudante de medicina chegou ao Hospital Pequeno Príncipe para aprimorar a sua formação. O encontro desse profissional com as crianças que enfrentavam o câncer impactaria a sua carreira, a estrutura do Pequeno Príncipe e a vida de milhares de pacientes e suas famílias.
Esse estudante era o Eurípides Ferreira, um dos grandes nomes da hematologia no Brasil, responsável pela realização do primeiro transplante de medula óssea feito no país. Foi ele quem iniciou os atendimentos às crianças que lutavam contra o câncer e contra as doenças hematológicas, numa época em que o diagnóstico quase equivalia a uma sentença de morte.
Alguns anos depois, em 1968, o Serviço de Oncologia e Hematologia do Pequeno Príncipe foi formalizado. Com a chegada de novos profissionais, como a médica Flora Mitie Watanabe, o serviço cresceu e se tornou um dos mais importantes e completos do Brasil. Em 2023, completa 55 anos, aliando experiência, inovação, muito conhecimento, formação de novos profissionais e humanização para promover atendimentos resolutivos, que alcançam um índice médio de cura de 74%.
Linha completa de cuidados
Um dos grandes diferenciais do Serviço de Oncologia e Hematologia do Hospital Pequeno Príncipe é a oferta de uma linha completa de cuidados. Para a realização do diagnóstico, a instituição conta com o Centro de Imagem, onde é possível realizar desde exames mais simples, como o raio-X, até ressonâncias magnéticas. O paciente também tem à sua disposição o Centro de Diagnóstico Avançado Pequeno Príncipe, no qual se pode fazer uma série de exames genéticos, fundamentais para a elucidação de alguns casos e para a avaliação do prognóstico da doença, orientando o médico na tomada de decisão a respeito de quais os melhores e mais efetivos tratamentos.
Após a confirmação do diagnóstico, o paciente tem uma estrutura especialmente dedicada ao tratamento tanto clínico quanto cirúrgico. São 21 leitos de internamento, ambulatório de quimioterapia, sala cirúrgica com equipes especializadas e leitos de UTI que oferecem todo o suporte necessário.
“Outro grande diferencial é que os médicos oncologistas e hematologistas do Pequeno Príncipe podem contar com a experiência e conhecimento de profissionais de 35 especialidades pediátricas, que se juntam à equipe de atendimento conforme a necessidade de cada paciente”, enfatiza a oncologista Ana Paula Kuczynski Pedro Bom. São neurologistas, ortopedistas, cardiologistas, geneticistas e muitos outros especialistas que avaliam o paciente de forma integral. Psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos e enfermeiros estão entre os profissionais que completam o time.
Os pacientes que têm indicação podem fazer também na instituição o transplante de medula óssea e ainda o Car-T Cell, uma terapia inovadora que ajuda a enfrentar alguns tipos de câncer quando as demais terapias não apresentam resultados.
Para os pacientes que precisam de algum tipo de reabilitação, o Pequeno Príncipe conta com duas estruturas: uma dentro do próprio Hospital e outra exclusiva para reabilitação, o Centro de Reabilitação e Convivência Pequeno Príncipe.
Finalizada a etapa mais intensa do tratamento, os pacientes recebem acompanhamento ambulatorial até que possam comemorar a sua cura. Em todo esse percurso, podem contar com atendimento 24 horas por dia, sete dias da semana, no Pronto-Atendimento, e com uma equipe altamente qualificada e comprometida com a vida e a saúde de cada um dos meninos e meninas que enfrentam essa batalha.
Humanização
A oncologista Ana Paula ressalta que, além de cuidar da saúde física, o Pequeno Príncipe também cuida e garante outros direitos das crianças e dos adolescentes em tratamento contra o câncer na instituição. “Durante o internamento, os pacientes são acompanhados por professores, para que não percam a conexão com suas escolas de origem e continuem avançando em seus estudos. Dezenas de iniciativas culturais também recheiam os corredores do Hospital com música, teatro, artes plásticas e muitas outras linguagens artísticas. Já os voluntários ficam responsáveis por garantir muitas brincadeiras, seja nos quartos, no ambulatório ou nas brinquedotecas espalhadas pela instituição. Estamos avançando nas práticas integrativas, com iniciativas como a musicoterapia, que beneficiam não só as crianças como também os familiares e as equipes”, realça.
Os pacientes e suas famílias recebem acompanhamento psicológico e suporte da equipe de serviço social, quando necessário. Os familiares também podem acompanhar a criança durante todo o internamento, recebendo apoio para uma permanência qualificada no Hospital, o que inclui refeições, área própria para descanso e higiene pessoal, e capacitação para uma participação ativa na recuperação.
Novos profissionais
Desde 2000, o Hospital Pequeno Príncipe forma profissionais para atuarem no combate ao câncer infantil. O Programa de Residência Médica em Oncologia Pediátrica (anteriormente denominado Cancerologia) tem duração de dois anos e recebe dois profissionais por ano, tendo como pré-requisito a formação prévia em pediatria, vindos de diferentes regiões do Brasil. Desde então, 19 residentes já foram formados, contribuindo para qualificar o atendimento médico a crianças e adolescentes em todo o país.
Instituição também figura como a melhor exclusivamente pediátrica da América Latina no ranking elaborado pela revista “Newsweek”
O projeto da cientista Luciane Cavalli vai investigar um tipo de câncer infantil bastante agressivo: o neuroblastoma
Ao participar desses eventos, instituição reforça seu compromisso com a Agenda 2030 da ONU e com uma atuação centrada nos princípios ESG