Estudo contribui para aumentar o entendimento sobre a evolução do neuroblastoma

Bastante complexo, esse tipo de câncer afeta principalmente crianças no primeiro ano de vida

O neuroblastoma é um tumor que acomete o sistema nervoso simpático, o qual é responsável por controlar funções que o corpo executa de forma inconsciente, como a respiração e a pressão arterial. Esse tumor representa cerca de 10% de todos os casos de câncer infantil e afeta principalmente bebês no primeiro ano de vida.

A doença é bastante complexa por vários fatores:

  1. tem um alto potencial de espalhar-se (formar metástase);
  2. em muitos casos, o paciente não responde aos tratamentos existentes;
  3. há muitas alterações genéticas envolvidas na doença.

Todas essas características fazem com que o neuroblastoma cause um alto índice de mortalidade.

Um estudo realizado por cientistas do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe analisou quatro tipos de microRNAs de pacientes com esse tipo de tumor. Os miRNAs são pequenas moléculas que atuam nas células, regulando as informações contidas nos genes. Eles estão envolvidos, por exemplo, na forma como os genes funcionam, controlando como as células de câncer se proliferam, como migram de um ponto do corpo para outro, como invadem outras áreas ou ainda como matam as demais células.  

O que o estudo descobriu?

A pesquisa buscou entender o papel desses quatro tipos de microRNAs no prognóstico, tratamento e sobrevida dos pacientes com neuroblastoma. Para isso, foram estudadas amostras de tumores que estavam armazenadas no Biobanco do Hospital Pequeno Príncipe.

Os resultados obtidos demonstraram que essas pequenas moléculas estão associadas a:

  • idade dos pacientes no momento do diagnóstico;
  • fase do tratamento (pré ou pós-quimioterapia);
  • gênero dos pacientes;
  • sobrevida dos pacientes.

Como isso pode ajudar os pacientes?

A cientista Luciane Regina Cavalli, que coordena o estudo, explica que esses resultados reforçam a importância dos microRNAs para entender como a doença se desenvolve, bem como seu potencial para serem usados como marcadores moleculares para o prognóstico e o tratamento dos neuroblastomas. “O estudo possibilita uma estratificação mais precisa dos grupos de risco para a doença. Vamos imaginar que um paciente é considerado de baixo ou de médio risco pelos parâmetros clínicos, como a idade e o estágio da doença, por exemplo. O estudo genético desse paciente vai identificar quais os miRNAs que estão presentes em maior ou menor quantidade nas suas células. Se esses marcadores forem encontrados em quantidades alteradas, podem significar uma chance maior de complicações clínicas, como a não resposta ao tratamento. Com essa informação, o médico pode ajustar ou até mudar o tratamento, aumentando as chances de cura do paciente”, esclarece.

Reconhecimento

O estudo foi apresentado no Congresso Internacional de Neuroblastomas, realizado neste mês de maio na Holanda.

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