A técnica foi desenvolvida no Japão e utiliza nitrogênio líquido para “matar” as células cancerígenas presentes nos ossos
Os tumores ósseos representam cerca de 3% de todos os cânceres infantis e são mais comuns dos 5 aos 25 anos. Muitas vezes é necessário amputar o membro afetado para eliminar as células cancerígenas. Por isso, além de enfrentar o câncer em si, um dos grandes desafios desse tratamento é preservar os membros afetados pelo câncer, pois a amputação interfere no desenvolvimento físico e emocional das crianças e dos adolescentes.
No Hospital Pequeno Príncipe, desde 2020, a médica Juliane Comunello, ortopedista especializada em cirurgia oncológica, vem utilizando uma técnica cirúrgica desenvolvida no Japão que trata o câncer e evita as amputações. Durante a cirurgia, a parte do osso na qual está o tumor é retirada. Em seguida, essa parte é mergulhada no nitrogênio líquido a -196°C e sofre um congelamento. É esse congelamento que “mata” as células cancerígenas. A parte do osso já livre de câncer é, então, reimplantada no paciente.
Sophia já voltou a andar!
A adolescente Sophia Grevinski, 12 anos, é uma das pacientes beneficiadas com essa técnica. Depois de alguns dias com dor na perna, ela foi encaminhada ao Hospital Pequeno Príncipe. Os exames confirmaram o tumor ósseo maligno (osteossarcoma), e ela iniciou o tratamento com quimioterapia. A cirurgia preservadora do membro foi realizada no início de fevereiro. “Eu já estou caminhando e não senti mais dor”, contou a garota. Com a perna preservada, Sophia segue fazendo fisioterapia para fortalecimento dos músculos e ciclos de quimioterapia para controle da doença. Todo o tratamento está sendo feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Quando soubemos do diagnóstico fomos procurar informações na internet e acabamos lendo muitas coisas ruins. Eu recomendo a quem passar por essa situação que não busque informações assim. Conversem com o médico e confiem no que ele diz. Na internet tem muita informação errada, às vezes antigas, que não condizem com a realidade de hoje. A medicina hoje está muito avançada. O Hospital Pequeno Príncipe é fantástico. As pessoas são muito humanas, tratam a gente com muito respeito, tratam a criança com muito carinho”, declarou o pai, Daniel Grevinski.
Crianças e adolescentes com dores nos ossos e inchaços que não melhoram devem passar por uma avaliação com ortopedista para investigação. O diagnóstico precoce é fundamental para enfrentar doenças como o câncer e aumentar as chances de cura.
Avaliação levou em consideração as dimensões pedagógicas, administrativas e de infraestrutura da instituição
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