Cabine de segurança biológica permite a manipulação de células e tecidos humanos, auxiliando nas pesquisas que buscam novos tratamentos
Depois de dois anos sendo realizado de forma on-line em função da pandemia da COVID-19, o Gala Pequeno Príncipe 2022 voltou a reunir presencialmente os apoiadores do maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, o Pequeno Príncipe. Promovido no mês de outubro, em Nova York, o evento bateu recorde de recursos doados à instituição: R$ 4,5 milhões.
“Desde o início desta importante iniciativa de mobilização da sociedade em favor da vida de crianças e adolescentes, nós já arrecadamos cerca de R$ 28 milhões e anualmente dividimos esses recursos entre as atividades de assistência e de pesquisa que desenvolvemos”, explica a diretora-executiva do Hospital Pequeno Príncipe, Ety Cristina Forte Carneiro.
Na assistência, os recursos são direcionados para a compra de medicamentos utilizados no tratamento de doenças complexas, como o câncer e as doenças raras, especialmente nos casos em que os pacientes necessitem de transplante de medula óssea. São medicamentos que o Sistema Único de Saúde (SUS) não fornece e que têm o poder de mudar o desfecho do tratamento, de fato salvando vidas. A maioria desses medicamentos é importada, o que eleva o seu custo.
Investimento em pesquisa
Na pesquisa, os recursos são direcionados para a compra de insumos, equipamentos e serviços que dão suporte aos estudos, e uma parcela menor vai para despesas com recursos humanos.
Entre os dispositivos adquiridos em 2022 está a cabine de segurança biológica. Essa cabine é utilizada para proteger o material biológico humano de contaminações por agentes microbianos como vírus, bactérias e fungos. Para isso, durante o experimento científico dentro dela, o sistema de ventilação interno mantém o ar limpo e seguro.
A cabine de segurança biológica adquirida com recursos do Gala Pequeno Príncipe foi instalada no pavilhão 13 do Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI), instituição parceira do Pequeno Príncipe. Esse pavilhão é destinado exclusivamente aos estudos desenvolvidos pelo Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe em parceria com o CPPI.
A cabine vem sendo utilizada em diversas pesquisas que investigam o desenvolvimento de tumores pediátricos. Para realizar esses estudos, os cientistas usam pequenas amostras de tumores retirados de crianças atendidas no Hospital Pequeno Príncipe e que estão armazenadas no biobanco da instituição, que também contou com recursos do Gala para implantação.
Essas amostras passam por cultivo celular e são aplicadas em camundongos, para que os cientistas estudem o desenvolvimento do tumor e possibilidades de novas terapias. A partir desse acompanhamento, é possível avaliar a evolução dos tumores para identificar novas oportunidades de tratamento.
Um dos projetos que está beneficiando-se diretamente do equipamento é o que pretende desenvolver uma vacina terapêutica contra o câncer de córtex adrenal. Esse tipo de câncer tem uma incidência bastante aumentada na Região Sul do Brasil, onde o Pequeno Príncipe está localizado. De difícil tratamento na sua forma avançada (estágios III e IV), esse tipo de câncer não apresenta boas respostas ao tratamento quimioterápico, tendo um alto índice de mortalidade quando não é diagnosticado precocemente.
“Em um país onde a ciência tem recursos limitados, contar com o apoio de investidores por meio do Gala Pequeno Príncipe tem sido essencial para o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe. Com esses recursos, temos acesso a equipamentos e insumos modernos, essenciais para o desenvolvimento dos nossos estudos”, enfatiza o diretor-científico do Instituto, Bonald Cavalcante de Figueiredo.
Confira na tabela abaixo a aplicação dos recursos recebidos por meio do Gala 2022.
Objetivo é melhorar a qualidade de vida e os tratamentos voltados à deficiência visual, que é a mais prevalente no Brasil
Os equipamentos de armazenagem de medicamentos e materiais para a assistência auxiliam na segurança de pacientes e na atuação de profissionais
Implantação de marca-passo com envelope de antibióticos foi realizada em dezembro de 2022, estreando o uso da tecnologia no país