Depois de dois anos, Gala Pequeno Príncipe volta a ser presencial

Realizada no dia 14 de outubro em Nova York, a 12.ª edição do evento reuniu 260 apoiadores da instituição, captou US$ 876.950,00 e foi marcada pela emoção dos reencontros

“Conectar-se com os outros é o que nos faz sentir humanos, é o que traz sentido à nossa vida, é o que nos faz sentir vivos”, destacou a diretora-executiva do Hospital Pequeno Príncipe, Ety Cristina Forte Carneiro, no seu discurso durante a 12.ª edição do Gala Pequeno Príncipe, realizada no dia 14 de outubro no Gotham Hall em Nova York. Depois de dois anos ocorrendo de forma on-line por causa da pandemia de COVID-19, o evento voltou a ser presencial, permitindo mais conexão entre os 260 apoiadores.

“Eu convido todos vocês a se conectarem com aqueles que precisam. No Brasil, dois em cada três óbitos de recém-nascidos de até 1 ano poderiam ser evitados se essas famílias tivessem acesso ao diagnóstico e tratamento médico. Recentemente visitei a Amazônia. Nessa enorme área, apenas uma em cada dez crianças sobrevive caso precise de cuidados médicos de alta complexidade. Se você precisou de assistência médica para você ou para alguém que ama profundamente, você sabe o valor do que fazemos. Por isso, eu convido vocês a apoiarem a nossa causa”, enfatizou Ety Cristina. O convite foi prontamente atendido pelos participantes, e o evento arrecadou US$ 876.950,00 para as atividades de assistência e pesquisa do Pequeno Príncipe, sendo US$ 122.500,00 provenientes do leilão realizado na noite.

Conduzido pelos mestres de cerimônias Jair Oliveira e Tania Khalill, o evento uniu a alta gastronomia à solidariedade. Os chefs Thomas Troisgros, Daniel Boulud, Manu Buffara e Rafa Costa e Silva prepararam um exclusivo menu, sob o comando do padrinho da iniciativa, o chef Claude Troisgros, que há mais de dez anos apoia o Pequeno Príncipe.

Investidoras filantrópicas
O Gala Pequeno Príncipe conta com o imprescindível apoio das investidoras filantrópicas Daniele Giacomazzi Behring e Amalia Spinardi Thompson Motta, que mobilizam suas redes de relacionamento em prol da instituição.

Em seu discurso, Daniele agradeceu a todos os apoiadores que estavam presentes. “Ano vem e ano vai, e vocês se apresentam para apoiar a ciência, a inovação, o cuidado e, acima de tudo, as crianças no Brasil. Estamos agora em um novo normal, um momento diferente e difícil. Aprendemos o quão frágeis nós somos e quão vital é a ciência durante momentos como esse. A generosidade e o apoio de todos vocês garantem que nós consigamos ajudar as crianças mais vulneráveis. Obrigada do fundo do meu coração.”

Amalia fez uma reflexão sobre as limitações de acesso à saúde no Brasil e a importância da união da sociedade em torno dessa causa, para dar mais oportunidades de vida às crianças brasileiras. “Semana passada, eu tive que lidar com uma crítica cirurgia no cérebro de uma querida funcionária nossa. Eu estava numa fila grande em um hospital público, tentando me registrar para ver a Rosa. Quando você está dentro de uma instituição de saúde que não é privada, você se depara com as pessoas mais humildes e vulneráveis. Olhando nos olhos dessas pessoas, eu conseguia presenciar o sofrimento e a dor delas. Você sente o desespero em busca de uma chance para serem tratadas e prosperarem. Então, uma coisa que não conseguia sair da minha cabeça durante toda a semana era isso: a importância de ajudar pessoas com um acesso limitado ao sistema de saúde. E isso é o que estamos fazendo aqui essa noite, nós estamos celebrando, mas também fazendo a causa da saúde infantil ficar mais forte e mais apoiada”, declarou.

Homenageados
Um dos pontos altos do evento foi a homenagem realizada ao médico Leonardo Mulinari e ao casal de filantropos Cláudio e Renata Garcia. Ao iniciar seu discurso, Mulinari falou da sua emoção. “Esse é, sem dúvida, o reconhecimento mais importante que eu já recebi na minha carreira. Como um cirurgião cardíaco pediatra em Curitiba, trabalhar no Pequeno Príncipe era um desejo meu de longa data”, revelou. Atual chefe da Cirurgia Cardíaca Pediátrica e Adulto Congênita e diretor do Congenital Heart Center, da Universidade de Miami, ele trabalhou no Pequeno Príncipe por 15 anos.

“O alcance do Pequeno Príncipe vai muito além de Curitiba, sendo uma referência pelo cuidado pediátrico em todo o Brasil. Ao longo dos anos, minha carreira como cirurgião cardíaco mudou muito. A sinergia com o Pequeno Príncipe teve uma grande influência no meu desenvolvimento como profissional, e por isso eu agradeço a todos os líderes no Pequeno Príncipe”, frisou.

O médico ressaltou ainda que os avanços da medicina têm permitido salvar um número cada vez maior de bebês em situações críticas. “Essa é a missão real do Pequeno Príncipe. Ele tem todos os recursos, os talentos e muito mais. No Pequeno Príncipe, as crianças são tratadas com muita dedicação, eles fornecem o melhor cuidado às crianças e desenvolvem o cuidado para o futuro, pela visão, planejamento e ação da organização. Isso é o que levou o Pequeno Príncipe a se tornar um dos melhores hospitais pediátricos do mundo”, realçou.

Mulinari lembrou ainda que a cirurgia cardíaca pediátrica é uma das áreas mais complexas da medicina. “Poucos centros fazem isso com excelência. É realmente um esforço coletivo com cirurgiões, assistentes, anestesiologistas, intensivistas, cardiologistas e muitos outros profissionais. As peças-chave para o sucesso são dedicação, compaixão, precisão, conhecimento e disposição. Tudo isso pode ser encontrado no centro cardíaco do Pequeno Príncipe”, pontuou.

Já a filantropa Renata Garcia, da Garcia Family Foundation, falou sobre sua experiência pessoal com a hospitalização do filho e salientou a importância da humanização do atendimento nesse contexto. “Os indicadores do Pequeno Príncipe revelam seus tratamentos de sucesso, que o ranqueia como um dos melhores hospitais pediátricos do mundo. Mas o Pequeno Príncipe é muito mais que isso. Eles sabem a importância de trazer a escola aos pacientes, de permitir um acompanhante por paciente na unidade de cuidado neonatal. Eles olham para jeitos de entreter as crianças, com clubes do livro, músicas. A expertise do Pequeno Príncipe salva vidas. A abordagem humana do Pequeno Príncipe remove o medo”, sublinhou.

Em decorrência de uma viagem de trabalho, seu esposo e também homenageado, Cláudio Garcia, não pôde participar do evento.

Leilão
Durante o Gala, também foi realizado um leilão para ampliar a arrecadação de fundos ao Pequeno Príncipe. Foram sete lotes leiloados, com itens como medalhas comemorativas aos gols feitos por Pelé na sua carreira, relógio da IWC Schaffhausen, clutches da coleção exclusiva da marca Olympia Le-Tan, experiência gastronômica em um dos badalados restaurantes do chef Daniel Boulud e obras de arte assinadas por renomados artistas, como Vik Muniz e Raul Mourão.

Encanto e animação
O Gala teve momentos de muito encanto e animação. Durante o coquetel, uma apresentação do DJ Gaspar Muniz deu as boas-vindas aos participantes. Na abertura, o coral Broadway Youth Ensemble fez uma apresentação, emocionando todos. Já no encerramento, foi a vez de o cantor Vitor Kley animar os presentes com um show exclusivo que colocou todos para dançar.

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