Criada nos Estados Unidos, a iniciativa promove a troca de informações entre os profissionais da saúde, democratizando o conhecimento
O Hospital Pequeno Príncipe, em parceria com a Faculdades Pequeno Príncipe, tornou-se um hub do Projeto ECHO (Extension for Community Healthcare Outcomes) no Brasil. O projeto nasceu na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, no início dos anos 2000, com o objetivo de democratizar e desmonopolizar o conhecimento acadêmico em medicina para áreas mais remotas ou negligenciadas.
Sua metodologia prevê encontros on-line entre especialistas e profissionais de saúde que tenham interesse no tema proposto nas teleclínicas. Durante os encontros, participantes e especialistas trocam experiências e, com isso, constroem melhores práticas, favorecendo os pacientes de regiões mais carentes de profissionais especializados.
“Na telemedicina, um médico atende um paciente. Já no modelo do Projeto ECHO, a partir de uma plataforma de teleconferência, os especialistas de um hub trocam ideias com os participantes a respeito de um caso clínico. Com isso, todos os participantes vão avançando no seu conhecimento e podem proporcionar uma melhor assistência a todos os seus pacientes”, explica a coordenadora do Serviço de Telessaúde do Hospital Pequeno Príncipe, Rafaela Wagner.
Hoje existem mais de 60 hubs do Projeto ECHO nos Estados Unidos e em mais 30 países. São mais de mil clínicas a respeito de 60 doenças.
Doenças crônicas não transmissíveis
A primeira teleclínica do Hospital Pequeno Príncipe está sendo desenvolvida em parceria com a Faculdades Pequeno Príncipe e trata das doenças crônicas não transmissíveis. Teve início no mês de julho e vai estender-se até dezembro, com um encontro por mês, abordando questões como o diabetes, a hipertensão, as dislipidemias, a insuficiência cardíaca e a doença renal crônica.
“Escolhemos este tema porque as doenças crônicas não transmissíveis atingem uma grande parcela da comunidade, e é muito comum os profissionais terem dúvidas de como tratar. Se não tratados, estes problemas podem se tornar complexos”, observa o professor René Scalet dos Santos Neto, do curso de Medicina da Faculdades Pequeno Príncipe.
Segundo ele, no Brasil ainda não existia nenhuma teleclínica a respeito desse tema, o que também motivou a escolha. “Temos profissionais altamente qualificados e podemos contribuir imensamente para a desmonopolização do conhecimento acerca dessas doenças”, afirma.
Compromisso social
A médica Rafaela acredita que a inserção do Complexo Pequeno Príncipe no Projeto ECHO é mais uma iniciativa de responsabilidade social da instituição. “Como um complexo que atua na assistência, no ensino e na pesquisa, temos muito conhecimento agregado e temos o dever de propagar esse conhecimento para toda a comunidade. Somos privilegiados por estarmos em uma cidade com acesso a centros especializados de saúde. Infelizmente, no Brasil, nem todo mundo tem essa oportunidade. E com a pandemia, as desigualdades estão ainda mais acentuadas, inclusive no acesso à saúde. É nosso papel social compartilhar esse conhecimento com a sociedade”, defende Rafaela.
A unidade está entre as dez primeiras no Brasil a receber a certificação, que é baseada em rigorosos protocolos internacionais
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