Pequeno Príncipe celebra a realização de 15 transplantes hepáticos durante o ano da pandemia

Referência nesse tipo de procedimento, a instituição transforma a vida de várias crianças e suas famílias

Mathias Fernandez Baião Wagner tem 2 anos de idade e é hoje uma criança totalmente diferente da que era há um ano. Ele brinca, corre e é muito ativo. Está crescendo e ganhando peso. Esses são alguns dos sinais visíveis da mudança de vida após o transplante de fígado, realizado em janeiro de 2020, e que marcou a retomada do serviço no Hospital Pequeno Príncipe. 

Em seus primeiros dias de vida, sua cor amarelada revelou problemas no fígado, diagnóstico confirmado 30 dias depois em uma instituição hospitalar de Curitiba. Ele foi, então, submetido a uma cirurgia, na tentativa de corrigir tal situação. O procedimento, no entanto, não trouxe o resultado esperado e o menino se tornou candidato ao transplante de fígado.

Mathias recebeu parte do fígado do seu pai, Vitor Fernando Wagner, de 19 anos. “O Mathias ter ficado bem foi nosso melhor presente. Ele é uma nova criança, e ficamos muito felizes por saber que outras crianças estão conseguindo realizar o transplante como ele”, comemora a mãe, Shirley Baião.

Preparação da equipe
O sucesso dos procedimentos em 2020 é resultado da retomada do serviço, que completou um ano no mês de janeiro. Para esse momento histórico de retomada, o Hospital recebeu o cirurgião Rodrigo Vianna, diretor do Miami Transplant Institute (MTI), o maior hospital de transplantes dos Estados Unidos. Além de dirigir a instituição, o médico é reconhecido internacionalmente pela técnica que reduziu substancialmente o tempo de duração das cirurgias de transplante de fígado e, em 2019, bateu o recorde dos Estados Unidos de transplantes realizados em um ano: 747.

O Pequeno Príncipe reuniu condições técnicas e equipamentos semelhantes aos utilizados nos Estados Unidos. A equipe formada para realizar os transplantes é multiprofissional, também seguindo o exemplo internacional. Ao todo, são 22 profissionais, entre cirurgiões, hepatologistas, anestesistas, intensivistas, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais.

Superação na pandemia
Mesmo durante o ano da pandemia, o Pequeno Príncipe realizou 15 transplantes de fígado em crianças e adolescentes, consolidando-se como uma referência nesse tipo de procedimento. No Paraná, a instituição é a única a realizar transplantes em crianças menores de 10 anos. Essa especificidade, somada à taxa de sobrevida de 93%, coloca o Hospital ao lado de outros centros especializados em transplante hepático pediátrico no Brasil.

Para 2021, a instituição prevê mais 24 cirurgias. “Nossa expectativa é realizar dois transplantes por mês. Para o primeiro semestre já temos cinco pacientes com indicação”, explica a responsável técnica pelo Serviço de Transplante Hepático do Hospital, a cirurgiã pediátrica Giovana Camargo de Almeida.

Veja como está o Mathias um ano após o transplante.


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