Foram mais de R$ 1,4 milhão em recursos doados em 2020, utilizados em ações de assistência e pesquisa que transformam vidas
Eloisa Lara Dalla Stella chegou ao Hospital Pequeno Príncipe em julho de 2019, aos 12 anos, depois de recorrer por vários dias aos postos de saúde de Curitiba para descobrir o que estava provocando tanto cansaço e dor de cabeça. A suspeita dos profissionais era leucemia, porém, eram necessários exames detalhados para confirmar. “No mesmo dia em que chegamos no Pequeno Príncipe, ela fez alguns exames que confirmaram a leucemia mieloide aguda”, conta Rosa Pereira, mãe de Eloisa.
O exame que confirmou o diagnóstico precoce de Eloisa foi o de imunofenotipagem, feito no Laboratório Genômico do Pequeno Príncipe. A investigação do quadro da paciente teve continuidade com outros exames moleculares de última geração, todos realizados de forma gratuita, assim como todo o tratamento oferecido à garota.
Um dos exames, o painel de genes para neoplasias infantis, apontou uma alteração genética em Eloisa. Pacientes com essa alteração não respondem bem à quimioterapia e, nestes casos, é indicada a realização do transplante de medula óssea (TMO).
A equipe do Serviço de TMO do Hospital começou a preparar Eloisa para o procedimento e, em apenas um mês, foram encontrados três doadores para a adolescente: dois brasileiros e um norte-americano. O doador estrangeiro tinha 95% de compatibilidade com a garota e foi o escolhido. No dia 17 de janeiro de 2020, a medula chegou ao Brasil, permitindo que Eloisa fizesse o transplante. E 47 dias depois, a família pode comemorar o sucesso do procedimento.
Resultados que transformam vidas
O Laboratório Genômico é uma das estruturas que o Pequeno Príncipe conseguiu implantar com a ajuda também dos apoiadores do Gala Pequeno Príncipe. Os exames moleculares, realizados no laboratório, são fundamentais para a realização de diagnósticos precoces e indicação de tratamentos customizados, que aumentam as chances de cura de crianças e adolescentes. Em 2020, o Gala foi virtual, mas mesmo assim superou a meta de arrecadação, que ficou em cerca R$ 1,4 milhão. Os recursos foram investidos em ações de assistência e pesquisa desenvolvidas no Hospital Pequeno Príncipe e no Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe.
Na tabela abaixo, você pode verificar como os recursos foram empregados.
Pesquisas
Além de transformar a vida de meninos e meninas em tratamento no Hospital, os recursos arrecadados por meio do Gala Pequeno Príncipe também ajudam a financiar pesquisas que buscam desenvolver novas possibilidades de diagnóstico e tratamento para diversas doenças que afetam as crianças e os adolescentes. Em 2020, o número de pesquisadores principais foi ampliado para 19 profissionais. Juntos, eles se dedicaram a mais de cem projetos de pesquisa, incluindo 13 iniciativas relacionadas à COVID-19.
No caso da COVID-19, há projetos que buscam desenvolver testes rápidos para a detecção da doença; desenvolver um “soro” que tem a função de promover a imunização passiva de doentes graves, tornando-se um tratamento essencial para os casos em que não há tempo para esperar a imunização via vacina; investigar sobre a ação de diferentes medicamentos; analisar a genética de pacientes para descobrir quais motivos levam alguns deles a ficarem em situação grave, enquanto outros, que são considerados do grupo de risco, apresentam quadros mais leves da infecção; e, até mesmo, desenvolver um pulmão artificial para testar medicamentos candidatos ao tratamento da COVID-19.
Em termos de assistência, considerando do início da pandemia, em março de 2020, até o dia 23 de abril de 2021, foram 3.291 casos suspeitos atendidos no Hospital Pequeno Príncipe, 720 confirmados e nove óbitos por COVID-19. A idade média dos pacientes é de 6,6 anos. Em 2021, com as novas variantes circulando em território nacional, há um notável aumento no número de casos, especialmente de crianças que não apresentam comorbidades, o que reforça a necessidade de a sociedade continuar em alerta para as medidas de precaução da contaminação, como a lavagem constante das mãos, o uso do álcool em gel, o uso correto de máscaras e o distanciamento social.
Apoio fundamental
“O ano de 2020 foi um dos mais difíceis da nossa história. A suspensão de procedimentos e cirurgias eletivas, determinadas pelas autoridades de saúde, e o medo das famílias de se dirigirem até o Hospital provocaram uma grande queda de 43% nas internações, 40% nas cirurgias e 44% nos atendimentos ambulatoriais. Isto, consequentemente, impactou nas receitas do ano, agravando ainda mais o desafio de nos mantermos fiéis ao nosso propósito, que é atender as crianças e os adolescentes em situação de vulnerabilidade. Mas com o apoio da sociedade, conseguimos manter o atendimento nas nossas 32 especialidades, realizando, inclusive, 247 transplantes, que são procedimentos extremamente complexos, e ainda abrir uma nova frente de trabalho, acolhendo e tratando os pacientes vítimas do coronavírus”, declara a diretora executiva do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro.
“Na nossa estratégia de sustentabilidade financeira, o Gala Pequeno Príncipe tem um papel fundamental. A solidariedade de apoiadores além das nossas fronteiras nos orgulha e nos motiva a continuar buscando formas inovadoras de mobilizar a sociedade para a proteção e garantia dos direitos de meninos e meninas de todo o Brasil”, enfatiza Ety.
Gala 2021
Em 2021, uma nova edição do Gala Pequeno Príncipe virtual será realizada, e, desde já, contamos com a sua participação e seu apoio para fazer deste evento mais um sucesso na promoção da vida e da saúde das crianças e dos adolescentes de todo o país.
Instituição busca novos tratamentos e métodos de diagnóstico de doenças complexas para contribuir com a redução da mortalidade infantojuvenil
No período, foram realizados 303 transplantes em 280 pacientes, consolidando o serviço como um dos maiores do Brasil a atender pelo SUS