Hospital proporciona cuidados de saúde para crianças e adolescentes indígenas

Projeto é voltado para a aldeia urbana Kakané Porã e viabiliza acompanhamento de saúde presencial e por teleconsultas

Uma iniciativa do Hospital Pequeno Príncipe está levando mais oportunidades de saúde para crianças e adolescentes indígenas que moram na aldeia Kakané Porã, localizada no extremo sul de Curitiba (PR). A aldeia urbana tem hoje 53 crianças e adolescentes que estão contemplados no projeto. “Nosso objetivo é ampliar os bons cuidados a esta população, levando o jeito de ser e fazer do Pequeno Príncipe para a aldeia”, explica a diretora-executiva da instituição, Ety Cristina Forte Carneiro.

O projeto teve início em julho e prevê a realização de oito encontros presenciais de saúde no período de 12 meses, com equipe multiprofissional, para triagem e consultas médicas para avaliação das condições de saúde de cada um e encaminhamentos para exames e consulta com especialistas no Hospital, quando necessário. Nesses encontros também estão sendo avaliadas as carteiras de vacinação, para posterior organização de mutirão, com apoio da Secretaria da Saúde do município, visando à atualização vacinal das crianças e dos adolescentes da aldeia.

No intervalo entre os encontros presenciais, as famílias indígenas têm a oportunidade de receber teleatendimento para as demandas imediatas de saúde, com apoio do equipamento e da plataforma TytoCare e encaminhamento para o serviço de emergência do Hospital nos casos que demandam consultas presenciais.

Além dos atendimentos de saúde estão programadas oficinas de leitura com biblioteca volante pelo Setor de Educação e Cultura; rodas de conversas com familiares e as equipes do Núcleo de Humanização e da Psicologia; e, ainda, atividades do Voluntariado. “Levamos o mesmo modelo do Hospital para a aldeia, ou seja, promover saúde, garantindo direitos das crianças e buscando a participação das famílias no cuidado”, enfatiza Ety.

A indígena Indianara Morais Veloso, que é técnica de enfermagem e mora na aldeia, é o ponto de contato entre a comunidade e o Hospital. “Esse atendimento do Pequeno Príncipe está sendo muito bom. As mães estão achando muito interessante porque muitas vezes não conseguiam levar na unidade de saúde. O TytoCare é outra ajuda para isso, é uma experiência nova, nunca imaginei trabalhar com isso. É um aparelho que faz tudo completinho, mesmo que a consulta seja a distância”, declara.

Mãe de quatro filhos, Denise Salvador de Almeida também aprovou a iniciativa. “Estamos descobrindo coisas que nem sabíamos que eles poderiam ter, como a rinite. Nunca imaginei que meus filhos poderiam ser atendidos pelo Pequeno Príncipe. O que está sendo feito aqui na aldeia é muito bom, é diferenciado, um atendimento exclusivo.”

TytoCare
O TytoCare é o primeiro produto trazido ao Brasil pela Tuinda, startup acelerada pelo Pequeno Príncipe em parceria com o Sabará Hospital Infantil (SP) e seu instituto de pesquisa, o Pensi. Trata-se de um kit tecnológico portátil que permite a realização de exames físicos e transmissão das imagens para o médico analisar, avaliar e adotar a orientação e o encaminhamento conforme cada caso.

Qualquer pessoa pode operar o aparelho, capaz de aferir a temperatura, monitorar a frequência cardíaca, obter imagens em alta definição da garganta, realizar exames de ouvido e captar sons do abdômen. Os parâmetros são então enviados ao médico, que faz o diagnóstico com dados confiáveis e adota o encaminhamento adequado.

Sobre a aldeia Kakané Porã
A aldeia Kakané Porã foi criada em 2008 para abrigar representantes das etnias guarani e caingangue, vindos do Rio Grande do Sul e do interior do Paraná, e é considerada a primeira aldeia urbana do Sul do Brasil e a terceira do país.

Localizada no bairro Campo de Santana, extremo sul de Curitiba, ocupa um espaço de 44 mil metros quadrados – sendo nove mil metros de bosque, área para cultivo e reflorestamento. Seu nome é resultado da junção da palavra Kakané, de origem caingangue, que significa “fruto”, e da palavra Porã, de origem guarani, que significa “bom”. O resultado, “Fruto Bom”, representa o encontro entre as etnias, a confiança no futuro e a multiplicidade dos indígenas.

Ao longo da sua existência, a aldeia passou também a abrigar representantes da etnia xetá e hoje conta com aproximadamente 150 pessoas de 42 famílias, representando as três etnias indígenas presentes no território paranaense.

Clique no vídeo abaixo e conheça mais sobre essa iniciativa.

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