Família saiu de Goiânia (GO) em busca de tratamento para a pequena paciente no Hospital Pequeno Príncipe
Assim que Antonela chegou aos braços da mãe, Amanda Mesquita, para mamar pela primeira vez, a família percebeu que havia algo errado com ela. “Nós percebemos que estava acontecendo alguma coisa, ela tinha alguns espasmos no rosto, repuxava o canto da boca e parecia ficar meio atordoada, mas o médico que nos atendeu na maternidade disse que não era nada para nos preocuparmos”, relembra Amanda.
O quadro, no entanto, foi evoluindo e, quando Antonela completou 4 meses, a família chegou a registrar uma convulsão a cada 15 minutos, ou seja, cerca de cem crises por dia. “Houve dias em que contei 150 convulsões. Ela não tinha qualidade de vida”, explica a mãe.
Em Goiânia, onde moram, procuraram médicos especialistas que receitaram quatro remédios diferentes, mas as crises continuaram. A família então decidiu buscar ajuda no Serviço de Doenças Raras do Hospital Pequeno Príncipe, a mais de 1,2 mil quilômetros de distância da sua terra natal.
No Pequeno Príncipe, os exames de imagem do cérebro de Antonela foram refeitos e os médicos descobriram um pequeno tumor de dois centímetros no cerebelo, localizado na parte posterior da cabeça. O tumor provocava um tipo raro de epilepsia, com menos de 50 casos relatados no mundo inteiro.
Inovação
“No momento da cirurgia, colocamos um sensor de epilepsia em cima do cerebelo e não detectamos convulsão. Pegamos então um eletrodo profundo e introduzimos no tumor. Aguardamos por cerca de 30 minutos e conseguimos documentar uma convulsão. Com isso, provamos que as crises convulsivas eram geradas no tumor”, conta o neurocirurgião Carlos Mattozo, responsável pela cirurgia, até então inédita no Brasil.
A partir dessa constatação, os médicos retiraram o tumor, que estava numa região bastante delicada. “Imediatamente após a retirada do tumor, as convulsões cessaram. Como estava muito perto do tronco encefálico, havia risco de acontecer alguma lesão. Mas, felizmente, conseguimos curar a paciente sem deixar nenhuma sequela”, ressalta o médico.
“Hoje Antonela é uma criança que brinca normalmente, que é feliz, que está se desenvolvendo da melhor forma possível. A gente está superfeliz com tudo o que aconteceu”, relata a mãe.
Conheça a história da Antonela.
Com dez consultórios, área dará mais privacidade e conforto aos pacientes e profissionais da saúde
O setor de saúde representa 4,4% das emissões globais; o Pequeno Príncipe é o segundo hospital do Brasil a compensar suas emissões