Segundo o Ministério da Saúde, a cada mil crianças que nascem no Brasil, três apresentam problemas de surdez; procedimento é realizado pelo SUS
Quando Vitória Gabrielly Schmidt de França da Silva tinha 2 anos, sua professora percebeu que ela tinha dificuldade para ouvir. Procurando por auxílio médico, a família descobriu que a menina tinha surdez severa. Começou então uma longa batalha da família por um tratamento que fosse eficaz. Encaminhados ao Hospital Pequeno Príncipe, Vitória fez um implante coclear aos 3 anos, o primeiro realizado na instituição pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Hoje, aos 13 anos, Vitória leva uma vida absolutamente normal. Além da cirurgia para o implante, foram muitos anos de fonoaudiologia, que garantiram um desenvolvimento saudável da garota, que fala e ouve perfeitamente. “Tivemos o privilégio de ela ter sido a primeira implantada no Pequeno Príncipe. Todos nós passamos por um preparo psicológico, e foi um momento de muito aprendizado. Os profissionais que cuidaram dela são verdadeiros anjos e nos deram todo o suporte e apoio necessários”, conta Nelcimara Schmidt Maia da Silva, mãe da paciente.
A deficiência auditiva pode ter causas genéticas, resultar de traumas ou de doenças adquiridas. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada mil crianças que nascem no Brasil, três têm problemas auditivos. O implante coclear é o tratamento mais indicado para os pacientes com perda auditiva profunda ou severa e que, ao usar aparelhos convencionais, não conseguem o resultado esperado.
No Pequeno Príncipe são realizados, em média, 18 implantes por ano via SUS. “Quanto mais cedo for diagnosticada a surdez e realizado o procedimento do implante coclear, maior será o ganho da criança durante o processo do desenvolvimento da audição e da linguagem”, destaca a fonoaudióloga Ângela Ribas, do Pequeno Príncipe.
Além do ganho da audição, a possibilidade do desenvolvimento da fala também é fundamental para a qualidade de vida e comunicação das crianças com o meio externo. “A partir do momento em que é realizado o implante coclear, a criança vai ouvir e vai estimular as áreas de linguagens do cérebro. Assim, ela tem a melhor condição para se comunicar, desenvolvendo a linguagem, se expressando e aumentando a comunicação com todos ao seu redor. Para as crianças que já aprenderam a linguagem gestual, esta é de grande ajuda para estabelecer o vínculo cerebral com a comunicação oral”, enfatiza a coordenadora do Serviço de Implante Coclear do Hospital, Tríssia Maria Farah Vassoler.
Procedimento
A cirurgia de implante coclear consiste em inserir na parte interna do ouvido um dispositivo eletrônico composto por um aparelho receptor interno e um eletrodo. Externamente existe outro aparelho que se conectará com o interno por meio de imã. Ele contém os microfones para captar o som e transmitir para a parte interna do implante. Esse conjunto de equipamentos passa a fazer a função da cóclea, codificando os sons, transformando os sinais sonoros em impulsos elétricos e fazendo com que a pessoa possa ouvir.
O Hospital Pequeno Príncipe conta com uma equipe multiprofissional e toda a estrutura necessária para realizar o diagnóstico, a cirurgia, o acompanhamento pós-cirúrgico e a reabilitação dos pacientes. Além do SUS, a instituição faz o procedimento via convênios e particular.
Conheça a história da Vitória.
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