Cientistas pretendem encontrar marcadores que ajudem a indicar tratamentos mais assertivos para a enfermidade, aumentando as chances de cura
As leucemias representam o tipo mais comum de câncer em crianças e adolescentes, correspondendo a cerca de 33% de todas as doenças malignas em menores de 14 anos no mundo. O tipo mais comum de leucemia na criança e no adolescente é a linfoide aguda (LLA). Diagnosticar e tratar precocemente a LLA é fundamental para alcançar a cura da doença.
No Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, um grupo de cientistas está desenvolvendo o projeto “Buscando marcadores da resposta terapêutica na Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA): monitoramento das variações da expressão gênica e do microbioma entérico em pacientes pediátricos com LLA ao longo do tratamento quimioterápico”. O estudo se dedicará a avaliar as diferentes respostas que os pacientes apresentam durante o tratamento da LLA, do ponto de vista molecular e também da microbiota intestinal (conjunto de micro-organismos que habitam o intestino).
“Cada paciente responde ao tratamento de uma maneira. Vamos levantar dados do que acontece nas células e no intestino dessas crianças e depois vamos cruzar esses dados para tentar identificar marcadores precoces que indiquem se a criança irá responder bem à terapia”, explicam o coordenador da pesquisa, Roberto Rosati, e a co-coordenadora Líbera Maria Dalla Costa. Com isso pretende-se contribuir para que os tratamentos sejam ainda mais assertivos, aumentando as chances de cura de pacientes com esse tipo de leucemia.
Descobertas a respeito desta interação também podem permitir o desenvolvimento de novas terapias que possam restaurar a microbiota intestinal, proteger os pacientes contra infecções e potencializar tanto a resposta imune quanto a capacidade terapêutica dos pacientes com leucemia.
Serão envolvidos no estudo 60 pacientes atendidos nos serviços de Oncologia dos hospitais Pequeno Príncipe, Erasto Gaertner, Nossa Senhora das Graças e Hospital das Clínicas, todos em Curitiba (PR). A participação na pesquisa pode representar também um cuidado adicional no tratamento dessas crianças, já que elas terão acesso a uma série de exames moleculares que não são realizados durante um tratamento convencional.
PRONON
Orçado em cerca de R$ 4,4 milhões, este projeto foi aprovado pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) e recebeu recursos de empresas apoiadoras do Pequeno Príncipe, por meio da renúncia fiscal do Imposto de Renda.
O Pequeno Príncipe cuida de crianças com câncer desde 1962, tendo formalizado o seu Serviço de Oncologia em 1968. Nestes mais de 50 anos de trabalho, aperfeiçoou sua atuação investindo em estrutura física, para proporcionar mais conforto aos pacientes e a seus familiares; em estrutura para diagnóstico, permitindo cada vez mais a identificação precoce da doença para salvar mais vidas; e em formação profissional e tratamentos cada vez mais assertivos, com novos medicamentos, novas técnicas e novos procedimentos, como o transplante de medula óssea. O PRONON tornou-se uma importante fonte de recursos que tem ajudado a viabilizar os constantes avanços do serviço prestado.
Além da realização dos exames, o projeto prevê a aquisição de diversos equipamentos destinados à pesquisa, a compra de insumos para realização dos exames e a capacitação de profissionais.
Objetivo é ampliar o atendimento para outras especialidades, evitando a mortalidade de crianças e adolescentes provocada por complicações trazidas pelo coronavírus a médio e longo prazo
Segundo o Ministério da Saúde, a cada mil crianças que nascem no Brasil, três apresentam problemas de surdez; procedimento é realizado pelo SUS